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Ex-candidato é preso suspeito de aplicar golpes na construção de casas

Foto: Polícia Civil

O ex-candidato a prefeito de Irati – eleições 2020, Marcos Antônio Gonçalves (Avante), foi preso na manhã de sexta-feira (29) durante operação da Polícia Civil. Gonçalves e a sua companheira, que também foi detida, são suspeitos de aplicar golpes que somam cerca de R$ 400 mil em cinco cidades da região dos Campos Gerais. De acordo com o delegado Paulo César Eugênio Ribeiro, responsável pelas investigações, o casal prometia a construção de casas de madeira apresentando panfletos e propagandas de pelo menos duas construtoras de Curitiba, uma delas é a Inovare.

“A investigação apontou que eles enganavam as vítimas dizendo ser de determinada construtora, a qual eles não trabalhavam, e prometiam a construção da casa. As vítimas, acreditando no sonho da casa, vendiam seus bens e realizavam altos pagamentos para os investigados. Acontece que apenas uma parte da casa era erguida e, ao serem procurados pelas vítimas, os investigados sumiam sem dar explicações. Eles também foram procurados pela polícia e deixaram de comparecer aos interrogatórios”, explicou o delegado.

A investigação, que começou no final de 2019, identificou vítima em Irati, União da Vitória, Rio Azul, Guarapuava e Mallet. “Uma das vítimas, inclusive, já faleceu sem ver sua casa pronta. Em sua maioria, as pessoas que caíram nos golpes eram idosos e chegaram a fazer empréstimos no banco ou venderam automóveis para realizar o pagamento integral que variavam em torno de R$ 80 mil a R$ 100 mil”.

Segundo Gonçalves, os investigados também são suspeitos do crime de lavagem de dinheiro. “Além do golpe para obter dinheiro fácil, eles dissimulavam a origem desses valores fazendo pequenos depósitos em suas contas. Também gastavam de forma pulverizada esses valores”, destacou.

O casal foi preso na própria residência, de forma preventiva, após autorização do Poder Judiciário. Eles foram interrogados na manhã de sexta e permanecem à disposição da Justiça. “Pedimos para que outras possíveis vítimas desses crimes entrem em contato conosco através do número (42) 34220-2020”.

Outro lado

A defesa dos investigados, representada pelo advogado Marcelo Gutervil, disse em entrevista à reportagem do DC que vai tentar o direito do casal de responder em liberdade. “O Marcos é corretor de imóveis e trabalhou como representante em uma construtora de Curitiba na venda de casas pré-moldadas. Ele recebia comissão por essas vendas, mas resolveu abrir sua própria empresa chamada Olá Construção. Ele então vendia as casas, realizava contratos e contratava as empresas para construir as casas”, lembrou.

Gutervil apontou que as vítimas pagavam uma quantia de entrada para dar início à obra. “Acontece que as partes não continuavam pagando e então as obras eram executadas conforme o pagamento ia acontecendo. Ele entregou diversas obras prontas. Mas tiveram aquelas ficaram inacabadas por falta de pagamento”.

O advogado negou as informações de que os suspeitos utilizavam o nome de construtoras de Curitiba para assinar os contratos com as vítimas. “Não havia mais ligação dele (Marcos) com a construtora a qual ele já havia trabalhado, justamente porque abriu a sua própria empresa posteriormente. Vamos tentar com a Justiça o direito para que eles respondam em liberdade. Eles ainda não tinham sido ouvidos porque passam mais tempo em casa por conta da pandemia. O Marcos também tem problemas de saúde e não costuma sair”, finalizou a defesa.

A reportagem tentou contato com a construtora Inovare, de Curitiba, a qual seria citada pelo suspeito no momento da venda das casas, mas não houve sucesso com as ligações.

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