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Entre as maiores cidades do Paraná, Ponta Grossa é a que menos demitiu durante a pandemia

1 a cada 4 trabalhadores de Ponta Grossa teve o seu emprego impactado na pandemia

Proporcionalmente, desde abril PG teve a menor quantidade de trabalhadores demitidos ou com acordos feitos

Por Millena Sartori

Que a pandemia do novo coronavírus tem afetado empresas e a economia como um todo não é novidade. Com os prejuízos e paralisação de atividades muitos trabalhadores foram impactados em todo o país – e no Paraná não foi diferente. Comparando as demissões e acordos trabalhistas feitos nas cinco maiores cidades do estado percebe-se que Ponta Grossa teve a menor quantidade de empregos afetados, tanto em números absolutos quanto proporcionalmente.

De acordo com levantamento feito pelo Diário dos Campos com base em dados do Ministério da Economia de abril a julho – período pandêmico –, somando a quantidade de seguros desemprego requeridos e acordos fechados de suspensão contratual, redução de jornada e trabalho intermitente, tem-se que em Ponta Grossa 20.296 trabalhadores foram afetados, contra 25.155 em Cascavel, 47.128 em Maringá, 47.214 em Londrina e 211.336 em Curitiba.

Considerando os últimos dados atualizados pelo IBGE da população economicamente ativa (PEA 2018) de cada município, proporcionalmente os números apontam que 23% dos trabalhadores de Ponta Grossa tiveram algum impacto nos seus empregos, enquanto que nas outras quatro maiores cidades do estado as parcelas são um pouco maiores: 23,9% em Curitiba, 24,5% em Cascavel, 28,9% em Londrina e 29,7% em Maringá.

Demissões

De abril a julho 5.130 seguros desemprego foram pedidos em Ponta Grossa, o correspondente a 5,83% do total de trabalhadores da cidade (PEA 2018). Em Cascavel foram 6.714 (6,55%), em Londrina 10.871 (6,65%), em Maringá 11.804 (7,44%) e em Curitiba 52.267 (5,91%).

Em todo o Paraná os dados do Ministério da Economia apontam que a maior parte dos demitidos é formada por homens (57,2%), possui entre 30 e 39 anos (29,7%), possui apenas até o ensino médio completo (mais de a metade: 57,7%) e atuava co carteira assinada no setor de serviços (um terço, 33%).

O Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged), que através da subtração da quantidade de demissões das admissões, aponta que de abril a junho (último mês atualizado) as cinco maiores cidades do Paraná extinguiram vagas de emprego, mas novamente com o principal município dos Campos Gerais tendo o melhor desempenho. Foram -1.253 em Ponta Grossa, -2.223 em Cascavel, -5.701 em Maringá, -6.021 em Londrina e -27.380 em Curitiba.

Acordos

A Medida Provisória 936, convertida na Lei 14.020, de 6 de julho de 2020 permite que as empresas acordem suspensões temporária de contratos de trabalho e reduções de jornada e salários. Em Ponta Grossa 17,2% dos trabalhadores fizeram acordos (15.166). Em Curitiba foram 18% (159.069), em Cascavel 18% (18.441), em Londrina 22,26% (36.343) e Maringá 22,28% (35.324).

Um mesmo trabalhador pode fazer mais de um acordo, tanto por ter mais de um emprego e ter feito a negociação com diferentes empregadores, como por, tendo um único emprego, ter realizado mais de um acordo com a mesma empresa ao longo do tempo. Em Ponta Grossa 41,2% dos trabalhadores fizeram mais de um acordo, em Cascavel 43,4%, em Curitiba 48,9%, em Maringá 56% e em Londrina 60,1%.

Em PG, dos 21.535 acordos feitos 56,1% foram relativos a reduções (56,1%), 42% suspensões e 1,9% trabalho intermitente. Como cada acordo individual tem o prazo máximo de 120 dias, há a preocupação de que a partir deste mês aconteça uma onda de demissões, já que os acordos que foram feitos no começo da pandemia, em abril e maio, vencem em agosto e setembro, respectivamente.

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