Por Millena Sartori
O Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) divulgou nesta semana o Produto Interno Bruto (PIB) dos municípios relativo a 2018. O estudo, que indica quantas riquezas e bens foram produzidos naquele ano, aponta que as dezenove cidades da região – que compõem a Associação dos Municípios dos Campos Gerais (AMCG) – somaram R$ 33,84 bilhões de PIB, sendo que mais de a metade (54,6%) foi obtida apenas em Ponta Grossa (R$ 15,05 bilhões) e Telêmaco Borba (R$ 3,43 bilhões).
Apesar de ambas também serem as cidades mais populosas, juntas elas contêm 52,3% dos habitantes dos Campos Gerais; portanto, somaram um PIB 2,3% maior que a sua representatividade habitacional – e, considerando o total produzido, estes 2,3% representam R$ 778,48 milhões.
Além da concentração de riquezas, o estudo também mostra que, em comparação ao ano anterior, 2018 foi marcado por uma leve (-1,07%) retração econômica quando descontada a inflação do período (IPCA 3,75%). Sete cidades tiveram crescimento real na sua economia e doze registraram variação negativa, considerando o índice oficial que mede a alta de preços do país.
A ordem de cidades mais ricas dos Campos Gerais permaneceu inalterada, assim aquelas que produzem mais de R$ 1 bilhão por ano: Ponta Grossa, Telêmaco Borba, Castro (R$ 2,81 bi), Ortigueira (R$ 2,17 bi), Jaguariaíva (R$ 1,48 bi), Palmeira (R$ 1,43 bi), Carambeí (R$ 1,3 bi) e Arapoti (R$ 1,14 bi).
Ortigueira segue com maior crescimento
Com uma população estimada em 21.960 habitantes (IBGE/2020), Ortigueira tem vivido um boom econômico nos últimos anos. De acordo com o IBGE, em 2018 novamente a cidade repetiu o posto de detentora do maior crescimento do PIB na região: foram 17,78% a mais que a inflação e o ano anterior. Com a variação, a soma dos bens e serviços produzidos pelo município pelo primeira vez ultrapassou dois bilhões, totalizando R$ 2,17 bilhões – mais de oito vezes o registrado no início da década, em 2010 (R$ 247,67 milhões).
Apenas o setor industrial produziu 61% deste total – e a vocação industrial é motivada pela Klabin, maior produtora e exportadora de papéis para embalagens do Brasil, que começou a operar em Ortigueira em 2016. Na época, o investimento foi orçado em R$ 8 bilhões, até então o maior investimento privado da história do estado. Ele só foi superado ano passado, quando a mesma empresa anunciou um aporte de R$ 9,1 bilhões para expandir sua planta.
Concentração de riquezas varia entre as cidades dos Campos Gerais
O PIB per capita, que divide a produção de riquezas e bens entre o total de habitantes, varia de R$ 15,4 mil a R$ 97,5 mil na região. Apenas dois dos dezenove municípios dos Campos Gerais obtiveram resultados superiores a R$ 50 mil (Ortigueira e Carambeí); seis ficaram na dezena de R$ 40 mil, quatro na de R$ 30 mil, quatro na de R$ 20 mil e três registraram menos de R$ 20 mil (Curiúva, Imbaú e Ventania).
O PIB per capita médio da região dos Campos Gerais cresceu de 2017 para 2018 mesmo com o desconto da inflação, ainda que timidamente (0,06%): de R$ 35.691,60 o valor médio chegou a R$ 37.053,07.
Prestação de serviços é o setor mais rico e o que mais cresce na região
Mais de um terço das riquezas dos 19 municípios dos Campos Gerais é produzida pelo setor de serviços. A atividade econômica, que representou 35,5% do PIB regional em 2018, também foi o único que teve crescimento acima da inflação naquele ano: 1,46%. A indústria sofreu a maior retração, de 2,86%, seguida da administração, defesa, educação e saúde públicas e seguridade social (-2,47%), impostos sobre produtos, líquidos de subsídios (-2,25%) e da atividade econômica que inspira o nome da região: a agropecuária (-1,46%).
Em valores, o setor mais expressivo é, portanto, o de serviços, com R$ 12,02 bilhões, seguido da indústria (R$ 10,18 bi), Agropecuária (R$ 4,24 bi), impostos (R$ 3,71 bi) e administração, defesa, educação e saúde públicas e seguridade social (R$ 3,67 bi).
