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Com preço da carne disparado, hábito de consumo muda em PG

Em um ano a carne bovina ficou quase 30% mais cara no Paraná

Açougues sentiram aumento de vendas de frango e porco e queda de procura por carne bovina (Foto: José Aldinan)

Com o custo de vida aumentando em praticamente todos os setores e a renda não acompanhando a curva, a pandemia mudou não apenas hábitos de convivência, mas também de consumo. No Paraná, em média, o preço da carne bovina encareceu quase 30% em um ano, de outubro de 2020 a outubro de 2021 – e, por isso, o item tem sido substituído por outras alternativas de proteína animal, como frango, carne suína e ovos, por exemplo.

Dentre essas quatro proteínas o único preço médio paranaense que se manteve relativamente estável foi o da carne suína, que cresceu 1,95% em um ano. Excluindo ela, apesar de a carne bovina ter tido uma alta menor que as outras, já que o frango encareceu 42,6% e o ovo 39%, como o seu preço é mais alto ela acabou saindo do prato dos brasileiros para dar lugar às opções mais baratas.

“Clientes que compravam 5 kg de carne agora compram 2kg, 3kg. E os que antes preferiam carne vermelha agora pegam frango e linguicinha de porco, por exemplo”, relata Jeferson Martins de Farias, proprietário da Casa de Carnes Nelore, açougue ponta-grossense localizado em Uvaranas.

Em relação aos hábitos de consumo, ele também conta que cresceu a preferência por produtos diferenciados, como os já preparados (almôndegas, hambúrgueres, etc.) e os kits semanais que o açougue disponibiliza. “Fazemos kits com 5 tipos de carnes para a semana. Antes da pandemia vendíamos pouco, uns 80, e na pandemia chegamos a vender 455 em um dia! Hoje a média são 250 por semana”, conta Farias.

O proprietário do açougue também conta que viu a sua margem de lucro cair muito na pandemia. “Pagamos caro e vendemos barato para não parar de vender, no caso da carne bovina. Como não dá para estocar, pois a carne dura de 5 a 7 dias, o importante é vender”, destaca.

Tendência brasileira

A realidade de Ponta Grossa reflete a tendência brasileira. O consumo de carne bovina deve diminuir quase 14% este ano no comparativo com 2019, ano da pré-pandemia. A estimativa aponta o menor nível registrado no país nos últimos 26 anos, quando iniciou a série histórica da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab).

Ao mesmo tempo, segundo a Associação Brasileira de Proteína Animal (ABPA) o consumo per capita de frango cresceu de 42,84 em 2019 para 45,27 em 2020, enquanto que o de suínos passou de 15,3 para 16 no ano passado. Neste ano, o volume consumido de frango subiu 1,5%, o de carne de porco 5% e o de ovos 1,6%.

E as perspectivas são de que a tendência continue a mesma: para 2022 a estimativa da ABPA é de que o consumo de frango cresça 5,5%, o de porco 5% e o de ovos, 2,5%.

Preços no Paraná

As médias preços foram calculadas pela reportagem do DC com base em informações do Departamento de Economia Rural (Deral) da Secretaria de Estado de Agricultura e Abastecimento (Seab), que faz levantamentos mensais dos preços no varejo; ou seja, aqueles pagos pelos consumidores na compra de produtos agropecuários “in natura”, beneficiados e processados, junto aos supermercados, feiras livres, açougues, etc. 

Na média da carne bovina, são considerados os cortes acém, alcatra, contra-filé, costela, coxão mole, mignon, paleta, patinho, peito e moída de 1ª e 2ª. Na da carne suína, lombo, paleta e pernil, e no frango coxa e sobrecoxa, peito, frango congelado e frango resfriado.

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