Não é de hoje que se fala nas potencialidades da vitamina D para o aumento da imunidade no ser humano. O item, que pode ser encontrado em carnes, peixes, frutos do mar e alimentos como ovo, leite, fígado e cogumelos, e tomando sol, agora vem sendo apontando, também, como agente capaz de evitar o contágio pelo coronavírus causador da covid-19. Mas, até que ponto isso é verdade?
Para responder essa pergunta, três pesquisas buscam desvendar mitos e verdades sobre vitamina D e covid-19 no Brasil e no exterior. A vitamina D já tem papel cientificamente comprovado na prevenção de algumas infecções respiratórias como pneumonia e influenza (gripe). Resta saber quão útil ela pode ser contra o vírus que causa superlotação em hospitais e tensão constante em todo lugar.
Defesa do organismo
Segundo artigo publicado pela centenária revista científica britânica The Lancet1, o papel da vitamina D na resposta à infecção por covid-19 pode ser duplo. Primeiro, para apoiar a primeira defesa do organismo ao vírus, que inclui por exemplo, a produção de peptídeos antimicrobianos no epitélio (tecido) das vias respiratórias. Ela protegeria o organismo da invasão do vírus causador de covid-19. No segundo momento, promoveria a redução da resposta inflamatória à infecção.
Menor risco de infecção
Estudo desenvolvido por pesquisadores do Departamento de Medicina da Universidade de Chicago analisou 489 pacientes que fizeram teste molecular (PCR) para covid-19, e apontou que aqueles com deficiência de vitamina D poderiam ter uma chance 77% maior de infecção pela covid-19 do que os pacientes com quantidade suficiente da mesma vitamina. Os resultados foram publicados na revista médica Journal of the American Medical Association (JAMA).
Estudo brasileiro
Um estudo conduzido no Hospital Israelita Albert Einstein, em São Paulo, vem investigando a relação entre os níveis séricos de vitamina D e a covid-19 em 200 pacientes hospitalizados, com 60 anos ou mais. A intenção é entender se a deficiência desse nutriente potencializa a ação da fragilidade ou atua de forma independente sobre as chances do idoso com covid-19 apresentar evolução clínica grave, segundo o coordenador do estudo, Alberto Frisoli Jr., professor da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp).
“Estudos têm demonstrado que a suplementação de vitamina D de longo prazo e de forma adequada parece auxiliar na prevenção de infecções respiratórias agudas de algumas populações”, afirma Frisoli Jr.
“Já com relação à atuação na covid-19, embora possa ter sintomas semelhantes, os mecanismos da doença ainda não são completamente conhecidos, daí o interesse científico em buscar as respostas sobre o papel dessa vitamina na pandemia”, acrescenta. (com assessorias)