A quinta alta do ano no preço da gasolina nas refinarias passou a valer nesta terça (2) nas refinarias e em alguns postos já foi repassada ao consumidor. A reportagem do jornal Diário dos Campos e portal dcmais percorreu alguns postos no início da tarde e foi atestado que o o litro do combustível já chega a ser vendido por R$ 5,29 na cidade.
Junto com os 4,8% de incremento na gasolina, que impactou em R$ 0,12 por litro nas refinarias, o óleo diesel também sofreu um aumento de 5% (R$ 0,13 por litro) e o gás liquefeito de petróleo (GLP), conhecido como gás de cozinha, ficou 5,2% mais caro – impactando em R$ 1,90 no botijão de 13 kg.
Etanol x gasolina
Para saber qual combustível compensa mais na hora de abastecer um carro flex, considerando o rendimento de cada um deles, especialistas apontam que o etanol é mais vantajoso se custar no máximo 70% o preço da gasolina. Ou seja, basta dividir o preço do etanol pelo da gasolina – se der menos que 0,7 o etanol é mais barato, se der mais que 0,7, opte pela gasolina.
A reportagem do DC comparou os preços de três postos em bairros diferentes da cidade e em todos eles, mesmo com a alta, o combustível fóssil ainda estava mais atrativo que o derivado da cana-de-açúcar: em Uvaranas a gasolina estava R$ 5,29 e o etanol R$ 4,09; em Oficinas a gasolina estava R$ 5,25 e o etanol R$ 4,05 e no bairro Nova Rússia os preços era R$ 5,19 e R$ 3,96, respectivamente.
Procon investiga aumento antecipado no preço da gasolina em Ponta Grossa
Com os frequentes anúncios da Petrobras de reajustes no preço dos combustíveis nas refinarias muitas dúvidas vêm surgindo quanto ao repasse destes valores aos consumidores. Conforme já publicado pelo DC, no quarto aumento do ano na gasolina, por exemplo, no mesmo dia em que passou a valer nas refinarias (19 de fevereiro) já impactou nas bombas em Ponta Grossa – mas há suspeitas que o encarecimento pode ter acontecido até mesmo antes de entrar em vigor.
A ação vem sido investigada pelo Procon, que notificou 46 postos de combustíveis para que prestem esclarecimentos referentes ao aumento antecipado dos valores praticados nas bombas. Segundo o coordenador do órgão, Leonardo Werlang, diversas denúncias já foram encaminhadas ao órgão, que iniciou o processo de averiguação dos casos solicitando explicações das empresas.
“A partir das denúncias, instauramos diversos procedimentos de investigação preliminar. Nesta etapa, o Procon notifica os postos para que apresentem documentação para que possamos identificar a prática conhecida como preço abusivo, em que de forma injustificada os postos de combustíveis aumentaram os preços nas bombas antes mesmo de terem recebido os combustíveis já com o novo reajuste anunciado pela Petrobrás”, explica.
O coordenador do Procon de Ponta Grossa concedeu uma entrevista ao vivo ao DC nesta terça (2), na qual explicou o processo. “Identificamos que no dia anterior ao aumento nas refinarias alguns postos já tinham mudado suas placas indicativas de preços – antes mesmo de receber o produto com reajuste. Caso reconhecida essa prática de preço abusivo, no Código de Defesa do Consumidor as multas iniciam em R$ 700 e podem chegar a até R$ 3 milhões, no caso de empresas de grande porte que tenham afetado um grande número de consumidores”, disse Leonardo Werlang.
Denúncias
Werlang lembra que quem suspeitar de abuso nos preços pode denunciar o estabelecimento ao Procon. “É importante o consumidor registrar. Ter a nota fiscal e nos encaminhar foto facilita o trabalho porque dessa forma já se tem a materialidade da infração na nossa frente e já conseguimos solicitar ao fornecedor a apresentação da defesa”, afirmou ele ao DC.