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Projeto Gralha Azul informa que fará demissões em massa

Sistema de Transmissão Gralha Azul (Foto: Divulgação)

A multinacional francesa Engie, concessionária do Sistema de Transmissão Gralha Azul, com sede em Ponta Grossa, informou nesta quarta-feira (2) que vai iniciar um processo de demissão em massa. “Estamos dando início à desmobilização das equipes e recursos. Esta semana, cerca de 500 colaboradores serão desmobilizados através de um processo gradativo e contínuo chegando a 2 mil trabalhadores caso as obras não sejam retomadas”, afirmou por meio de nota Márcio Neves, diretor de implantação do projeto.

As demissões, segundo a Engie, foram motivadas pela decisão liminar concedida pelo Juízo da 11ª Vara Federal de Curitiba, que suspendeu as Licenças Ambientais números 23699 e 23777, obtidas pelo Gralha Azul. A liminar foi solicitada em Ação Civil Pública nº 5042816-11.4.04.700/PR, impetrada por uma organização não governamental ambientalista. Em um primeiro momento, a Construtora Tabocas, parceira da Engie no projeto, relocou os trabalhadores que atuavam na região atingida pela liminar (Escarpa Devoniana) para outras frentes de trabalho.

Liminar

As atividades do Gralha Azul foram parcialmente paralisadas a partir de 5 de outubro, que “manteve o quanto pôde os postos de trabalho acreditando em uma reversão da decisão liminar”, disse o informativo encaminhado à imprensa. O linhão de energia terá mil quilômetros de extensão e passa por 27 municípios paranaenses. Os investimentos chegam a R$ 2 bilhões e, segundo informações anteriormente fornecidas pela empresa, o Gralha Azul emprega 3,6 mil trabalhadores diretos e outros 1,4 mil indiretos.

A nota alertou que há outra Ação Civil Pública, a de n° 5050258-28.2020.404.7000, movida pelos Ministérios Públicos Estadual e Federal, contra o Gralha Azul. Caso essa ação obtenha decisão judicial favorável, “vai paralisar todas as atividades do projeto e provocar a demissão de todos os colaboradores”. Segundo a Engie, o “Gralha Azul vem exaustivamente demonstrando e comprovando ao Poder Judiciário e à sociedade o cumprimento de todos os procedimentos legais aplicáveis e compromisso com o meio ambiente”.

Compensação

O comunicado à imprensa informou que “foram acordadas medidas de compensação ambiental e de reposição florestal para além do previsto na legislação, que preveem a aquisição e recuperação do dobro de áreas impactadas pelo projeto, com replantio das espécimes protegidas, sendo que, especificamente para a araucária, será feito o plantio de três indivíduos para cada um que for suprimido”. A multinacional afirmou que “grupos opositores isolados insistem em minimizar os esforços realizados pela concessionária e pelos órgãos ambientais competentes”.

Observou que o “Projeto Gralha Azul é vital para reforçar o Sistema de Transmissão local, evitando sobrecargas, problemas de tensão e eventuais ‘apagões’ decorrentes da ampliação do consumo ou ocorrências inesperadas”, destacou Neves. Acrescentou que “o projeto continua imprimindo todos os esforços para reverter essa situação e minimizar as perdas para a sociedade paranaense” e concluiu que “a paralisação trará prejuízos socioeconômicos irreversíveis ao desenvolvimento do Estado, ao sistema elétrico, aos trabalhadores e aos municípios interceptados pelo projeto”.

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