Com os impactos econômicos negativos da pandemia do novo coronavírus muitas empresas precisaram recorrer a financiamentos para manter os seus negócios ativos. Em Ponta Grossa, apenas através da Fomento Paraná a quantidade de contratos de crédito fechados é quase seis vezes maior neste ano do que no mesmo período do ano passado: dados repassados à reportagem do jornal Diário dos Campos e portal dcmais apontam que de janeiro até o dia 20 de novembro 600 empresas obtiveram empréstimos junto à instituição.
Juntas, elas somaram mais de R$ 6,84 milhões liberados, montante 64,52% maior do que o distribuído no ano passado.
Apesar de os programas disponíveis não serem direcionados apenas à capital de giro, mas também a novos investimentos, a maior parte dos contratos (85,8%) foi fechada dentro da linha “Recupera”, que integra o pacote de medidas emergenciais lançado pelo Governo do Estado neste ano voltado ao enfrentamento das dificuldades econômicas decorrentes da pandemia. Entre as medidas estão diversas linhas de crédito novas e limitação de valores individuais, na busca de poder atender mais empreendimentos.
Tanto é que, apesar de acumular a maioria dos contratos e recursos liberados neste ano em Ponta Grossa (515 contratos/85% do total e R$ 2,859 milhões/41,8% do total), a linha “Recupera” é seguida de outro programa já tradicional da Fomento Paraná quando considerado o volume de recursos, mas possui 18 vezes mais contratos fechados do que ele: o Banco do Empreendedor liberou neste ano R$ 2,854 milhões em crédito (41,7% do total) a apenas 28 empresas ponta-grossenses (4,6% do total).
Outras linhas
Também integram a lista de liberação de crédito da Fomento Paraná a negócios locais o programa de microcrédito, que somou R$ 631,78 mil (9,2% do total) distribuídos a 51 empresas (8,5% do total) e a linha especial “Fomento Turismo”, que teve 6 contratantes para os quais disponibilizou R$ 498,61 mil.
Características das linhas de crédito
A linha Paraná Recupera foi criada para apoiar empreendedores informais, MEIs, micro e pequenas empresas com créditos de R$ 1.500 a R$ 6.000. Ela oferece uma taxa de juros fixa de 0,41% ao mês, sem cobrança de tarifa de concessão de crédito nem Imposto sobre Operações Financeiras (IOF), informa o diretor de Operações do Setor Privado.
O chamado Banco do Empreendedor possui linha voltada para micro e pequenas empresas que precisam modernizar ou ampliar suas atividades e opções específicas para rádios que precisam migrar de AM para FM, geração de energia renovável e taxistas – portanto, as características variam de acordo com o objetivo e segmento de negócio.
As linhas de microcrédito ofertam valores de até R$ 10 mil para empreendedores pessoa física e até R$ 20 mil para pessoa jurídica, dependendo do tempo de atividade dos negócios. As taxas de juros dependem da análise de crédito e o risco da operação e variam de 0,91% a 1,83% ao mês no geral e de 0,76% a 1,69% ao mês no caso do Banco da Mulher Paranaense.
Por fim, a “Fomento Turismo”, exclusiva para empresas do setor que sejam registradas no Cadastur, possui ofertas com condições diferenciadas dependendo do objetivo do crédito. As opções são projetos de investimento, aquisição de bens e capital de giro.