Com a divulgação dos resultados do primeiro trimestre de 2015 da Petrobrás tivemos uma grata surpresa: Lucratividade!
Porém, quando o assunto é a estatal, o buraco é sempre mais embaixo. Vamos à análise dos números reportados no Conference Call de ontem, dia 18/05.
Na conferência, a companhia destacava que o segmento de abastecimento (diesel e gasolina) foi responsável pela maior parte do resultado operacional positivo, saindo de um prejuízo de R$ 7,4 bilhões para um lucro de R$9,3bi na comparação anual. Isso se dá devido ao fato de que nos meses de Janeiro e Fevereiro os preços dos combustíveis aqui no Brasil chegaram a ter um prêmio de até 33%. Hoje a companhia vende combustíveis pelo mesmo preço do mercado internacional, sem prêmio. Dificilmente o cenário do começo do ano se repetirá e a elevação dos preços dos combustíveis também é complicada, uma vez que isso impactaria com força o IPCA, prejudicando os números pretendidos pelo governo federal.
Fluxo de caixa, Endividamento e o Super herói da Petrobrás
Mesmo com a venda de ativos, a empresa segue extremamente endividada. A sua geração operacional é prevista em 25 bilhões de dólares em 2015, sendo que US$ 21 bilhões serão utilizados para pagamento de juros e amortizações. Considerando o cenário de investimentos pretendidos somado às vendas de ativos e rolagens, a empresa ainda precisa captar 19 bilhões de dólares para fechar o caixa de 2015 como começou. Ou, 13 bilhões para fechar como pretendido pela gestão da estatal. Para estes cálculos são usados dados de preço do petróleo médio a US$ 60/barril e câmbio a R$3,10 / US$.
Com todos esses números temos um cenário onde a empresa continua preocupando. Mas não para a companhia, a qual anunciou que a proporção entre Dívida Líquida / Ebitda (Lucro antes de impostos, juros, depreciações e amortizações) recuou de 4,77x para 3,86x. No mínimo, surpreendente! E com isso, questionamos:
É mais rápido que uma bala!? Mais poderoso que uma locomotiva!? Capaz de transpor um prédio em um pulo só!? É um pássaro? É um avião?
NÃO! É a contabilidade criativa!!!
Depois de assistir, por anos, o governo federal se utilizar de ferramentas para, aparentemente, demonstrar bons números econômicos, a Petrobrás parece ter aprendido a lição!
Utilizou a dívida líquida que saiu de R$ 282 bilhões para R$ 332,4 bilhões em 1 único trimestre e multiplicaram o Ebitda do primeiro trimestre de 2015 por 4x, anualizando de forma bizarra os dados, obtendo assim o número de 3,86x. Utilizando os dados dos últimos 12 meses, a relação entre dívida líquida e Ebitda fica em impressionantes 5,15x.
Mantemos a recomendação de não-exposição ao ativo.
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