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Otto Cunha: “obras de infraestrutura mudaram a cidade”

Ao DC, ex-prefeito de PG aponta que, de uma forma geral, acredita que atual administração municipal tem acertado nas decisões de combate ao novo coronavírus

Otto Cunha: "“Continuo acreditando que todo Município tem recurso financeiro para se manter”

O ano de 2020 está sendo marcado pela pandemia do novo coronavírus, que gerou uma crise mundial na saúde, economia, e impactando também as administrações públicas. Para completar, neste ano teremos eleições municipais, adiadas para novembro. Levando em conta este cenário, o Diário dos Campos publica, uma série de entrevistas com os ex-prefeitos de Ponta Grossa.

A primeira entrevista é com Otto Santos da Cunha, que assumiu a Prefeitura de Ponta Grossa em 1° de janeiro de 1983 para um mandato de seis anos.

Em conversa por telefone com o DC, para garantir o isolamento social e preservar a saúde do entrevistado, Otto Cunha comenta sobre sua carreira política; os principais programas e ações desenvolvidos durante seu mandato de prefeito; avalia ainda o atual cenário político no que diz respeito ao enfrentamento da pandemia e os principais desafios que o próximo prefeito ou prefeita de Ponta Grossa terá pela frente.

Responsável por importantes obras de infraestrutura, também colaborou para a criação de associações de bairros. Além de prefeito, Otto Cunha foi deputado federal entre 1991-1995.

Pavimentação e ligações entre os bairros foram destaque no mandato

Otto Cunha: “Investimos muito em pavimentação e fizemos importantes ligações e viadutos. Fizemos o viaduto do Trevo Vendrami, a ligação com os núcleos Santa Maria e Santa Marta, o prolongamento da Avenida Visconde de Taunay, assim como as ligações com [o bairro] Santa Paula e Santa Terezinha.

Também fizemos a duplicação da Avenida Souza Naves, com a construção dos canteiros centrais, iluminação com implantação de rede subterrânea; assim como a duplicação da Avenida Presidente Kennedy.

Fizemos a pavimentação da rua Visconde de Nacar, alargamos a Avenida Dom Pedro II. Por meio de um pleito levado ao então governador Alvaro Dias, também conseguimos a pavimentação de 30 quilômetros de estradas até a localidade de Biscaia, em Itaiacoca, entre diversos outros investimentos em pavimentação.

Também conseguimos a retirada da rede ferroviária do centro da cidade; na rua Ermelino de Leão, depois estação de passageiros e o terminal ferroviário – com estação de carga – que existia lá, não tinha mais construções. Com o remanejamento da rede conseguimos integrar o centro a Uvaranas, promovendo crescimento e modernidade àquela região da cidade. A passagem de carga – que até então acontecia pelo centro da cidade – foi desviada para um novo pátio ferroviário. Para a retirada dos trilhos do centro da cidade, a Prefeitura desapropriou e indenizou proprietários de uma área de 40 alqueires. E então a Rede Ferroviária Federal e o governo estadual fizeram terraplanagem e implantação dos trilhos.

No meu mandato fizemos ainda mais de 400 salas de aula; remodelamos praças, colocamos o SOS [Serviços de Obras Sociais] para funcionar, que sob o comando da minha esposa, Cenir Frare Cunha, fez um trabalho muito bom com as crianças de rua”.

Maior crise enfrentada

Otto Cunha: “Quando assumi a Prefeitura, em 1983, tínhamos 90 dias de folha de pagamento dos servidores atrasada, além de contas de luz, água e telefone sem pagamento há 24 meses. O Parque de Máquinas estava sucateado. Além disso, é preciso levar em conta o cenário nacional, já que os anos 80 foi uma ‘década perdida da economia nacional’. Mas, com um bom trabalho realizado pela nossa equipe, conseguimos fazer muita coisa boa pela cidade”.

Legado de sua administração

Otto Cunha: “O ex-prefeito Petrônio Fernal (1951-1955) sempre dizia que Prefeitura tinha a quantidade suficiente de recurso para se manter e deixou a Prefeitura em boas condições. Então eu tinha esta intenção: fazer um bom trabalho e deixar a Prefeitura sem dívidas. Apesar de ter assumido a gestão com muitas contas atrasadas, graças ao comprometimento de toda a equipe, fizemos muitas obras com recursos próprios, pagamos as contas e deixamos a prefeitura com um Parque de Máquinas estruturado e com dinheiro em caixa. Se tem uma coisa que me alegra muito é o ‘saneamento financeiro’ da prefeitura na época em que fui prefeito”.

Avaliação sobre o enfrentamento municipal da pandemia

Otto Cunha: “De uma foma geral, acredito que a equipe da atual administração tem acertado nas decisões. Vemos que Ponta Grossa, em comparação com outras cidades, não está em um cenário tão complicado. Tem que haver restrições e o prefeito deve tomar as medidas para evitar aglomerações”.

Teria tomado alguma medida diferente?

Otto Cunha: “Para saber o que eu faria de diferente eu teria que estar mais por dentro das decisões governamentais, conversar com o secretário estadual de Saúde. O que eu sei é que há uma incerteza muito grande a respeito de tudo que se trata do novo coronavírus. Cada ministro de Saúde que assumiu tomou decisões e adotou posturas diferentes. Parece que nem a OMS [Organização Mundial da Saúde] sabe exatamente o que deve ser feito”.

Desafios para o(a) próximo(a) prefeito(a)

Otto Cunha: “Embora estejamos em um período de crise e não saiba qual a situação financeira hoje da Prefeitura, continuo acreditando que todo Município tem recurso financeiro para se manter. O principal desafio está ligado à saúde: espero que até o final do ano a situação esteja, em parte solucionada”.

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