Lílian Yara de Oliveira Gomes – CRP 08/17889
Temos vivido tempos muito diferentes e desafiadores. Uma ameaça ronda nossas cabeças o tempo todo e a vida se mostra em toda a sua fragilidade. Se não bastasse o Covid 19, a falta de conscientização das pessoas ao perigo que todos estamos expostos, a politização da doença, temos o descaso, a insensibilidade, o “não tenho nada com isso”.
Cenas chocantes e grotescas marcaram o 20/11/20: Dia Nacional da Consciência Negra. Sempre me questiono, por que ainda temos que ser lembrados de dia disso, dia daquilo? Todo dia é dia de tudo: de respeito, de consideração, de nos cuidarmos, nos protegermos e não atuar como espectadores aos fatos que permeiam a nossa realidade. E, dessa forma, apresento aqui a minha indignação aos últimos acontecimentos, em que uma vida foi ceifada brutalmente na última semana. Essa pessoa estava sozinha? No local não havia mais ninguém? Todos estavam atônitos e anestesiados, paralisados e não conseguiram tomar nenhuma providência?
Por mais que as pessoas possam ter seu passado com alguma marca de desvio de conduta, nada justifica tal ato de barbárie. Estamos perdendo nossa sensibilidade, nossa empatia, nosso respeito ao outro e como nos orienta Rui Barbosa desde 1914, “de tanto ver triunfar as nulidades; de tanto ver prosperar a desonra, de tanto ver crescer a injustiça. De tanto ver agigantarem-se os poderes na mãos dos maus, o homem chega a desaminar-se da virtude, a rir-se da honra e a ter vergonha de ser honesto”.