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Desapareci e daí?

Hoje compartilho um assunto que já abordei nesse mesmo veículo de comunicação, entendendo a importância de estender ao maior número de pessoas possível.

O desaparecimento de um ente querido, é permeado por um sentimento de incertezas, de questionamentos, de dúvidas. Como que alguém pode desaparecer? Não deixar pistas, ninguém ver, e nem saber. Não vivemos sós, e se moramos sozinhos, temos vizinhos, amigos, alguém que perceberá a nossa falta. E, ao mesmo tempo se estabelece um futuro incerto diante da falta de informações. Estas características são parte de um conjunto de aspectos centrais no desaparecimento, interpretado como evento passageiro, porém conforme o tempo passa fica saturado de incertezas que se traduz na angústia, ansiedade e até em depressão.

Diante do desaparecimento da pessoa amada inicia-se “o processo de reconstrução de tudo o que é possível que permitisse uma provável explicação para o fato e para as incertezas sobre o futuro”. Quais as razões? O que aconteceu antes dele desaparecer? O que ocorrerá agora? O que fazer da vida de agora em diante?

E, o que as famílias querem, é ter uma resposta, porque não sabem se a pessoa desaparecida está viva, se está morta, o que fizeram com ela. Não há concretude, não ocorre o processo de luto, pois quando alguém morre, há a dor, porém há um corpo, uma despedida… “a busca familiar reivindica o encontro com a pessoa desaparecida ou mesmo o esclarecimento sobre o desaparecimento”.

Importante buscar os órgãos competentes para a investigação e não se deixar levar pela declaração de morte presumida, à qual somente poderá ser requerida depois de esgotadas as buscas e averiguações, sem cair no esquecimento.

Os danos psicológicos são grandes, pode ocorrer o estresse pós-traumático, devido às dúvidas, aos pensamentos automáticos, as catastrofizações, o aparecimento de doenças psicossomáticas, sentimentos de dor e de perda, não explicados ou esclarecidos. E, muitas vezes os familiares alimentam a ilusão que “a pessoa vai aparecer” e esse sentimento ao mesmo tempo que alimenta a esperança, traz sofrimentos. Portanto, não pode ser “arquivado”, esquecido; ações legais tem que ser cobradas, acompanhadas e não esquecidas!

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