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Crise na VCG piora, salários atrasam e funcionários avaliam greve

“Quando ocorre atraso dos salários não tem o que fazer, é motivo de paralisação”

Por Luana Souza
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O Sindicato dos Motoristas, Cobradores e Trabalhadores de Empresas de Transportes Coletivos (Sintropras) convocou todos os trabalhadores da Viação Campos Gerais (VCG) para uma assembleia geral na próxima quinta-feira (28), às 5 horas da manhã, com o objetivo de debater junto à categoria a possibilidade de uma greve no transporte coletivo de Ponta Grossa. A decisão pela assembleia se deu por conta da crise na concessionária, em decorrência da pandemia, fator que atrasou o pagamento de salários e a revolta dos trabalhadores.

Segundo o Sintropras, o último atraso ocorreu com o pagamento da segunda parcela do salário do mês de janeiro. Ocorre que em abril do ano passado, por conta da crise, a empresa e a categoria entraram em um acordo para que os salários fossem pagos em duas parcelas, metade no quinto dia útil e a outra metade no dia 25 de cada mês. Ao todo, são 1,1 mil colaboradores entre motoristas, cobradores, mecânicos, recursos humanos, entre outros.

“Na última sexta-feira (22), a VCG pagou 80% da segunda parcela e comunicou dizendo que não tem caixa para fazer o pagamento dos salários integralidade. Então ficou faltando os 20% que devem ser pagos até a noite de segunda-feira (25)”, explicou o presidente do Sindicato, Luiz Oliveira.

Ainda diante da situação, Oliveira apontou que o Sintropras entrou com uma ação na Justiça pedindo para que o acordo sobre o pagamento divido em duas vezes seja interrompido. “Pedimos na Justiça para que a partir de fevereiro ocorra o pagamento integral dos salários já no quinto dia útil. É muito provável que essa semana ocorra uma greve geral. Quando ocorre atraso dos salários não tem o que fazer, é motivo de paralisação”, apontou Luiz Oliveira.

VCG

Na manhã de segunda-feira (25), a VCG apontou em nota encaminhada ao Sintropras que vem enfrentando a maior crise financeira de sua história, apontando ainda que a situação está cada vez mais grave por conta da queda do número de passageiros que utilizam o transporte público.

“É com extrema tristeza que informamos a vocês esta situação, novamente, porque sabemos que isto interfere diretamente na rotina de centenas de pessoas que honram com a profissão e com a prestação de serviços que garante o direito de ir e vir a milhares de pessoas diariamente”, informou a nota.

A empresa reiterou ainda que trabalha incansavelmente desde abril para evitar uma parada total do sistema. “Essa é uma medida fundamental à manutenção da atividade empresarial da VCG e esperamos que possamos efetuar o pagamento do valor residual em breve”.

Em resposta à reportagem do DC, no começo da tarde de segunda, a VCG disse que ainda não tinha previsão sobre o pagamento dos 20% que ainda faltam. “Infelizmente ainda não temos previsão porque dependemos da entrada de novos recursos, que ocorrem, via de regra através da compra de vale transportes (VT’s)”.

Com relação ao pagamento integral dos salários a partir de fevereiro, a empresa informou que não há essa possibilidade na atual conjuntura. “Não vemos soluções a curto prazo para o sistema se não o subsídio, uma vez que trata-se de um serviço essencial e com grande função social”, informou a assessoria de comunicação.

Prefeitura

A Prefeitura de Ponta Grossa, através da Autarquia Municipal de Trânsito e Transporte (AMTT), garantiu que já está no planejamento financeiro a compra de vale transporte para os servidores da educação e da saúde totalizando R$ 380 mil. A aquisição dos VT’s, segundo a AMTT, já estava prevista.

“Também deve ocorrer a compra dos vale transportes referentes ao Passe Livre, considerando a possibilidade de retorno das atividades de ensino, previsto inicialmente para ocorrer durante o mês de fevereiro. O total investido com Passe Livre será definido após novo processo de cadastro e análise da AMTT dos estudantes que se enquadram nos critérios do benefício”, apontou a pasta.

Com relação à compra dos VT’s pela Prefeitura, a VCG disse o repasse trata-se de um estanque para solucionar um problema pontual, “mas não resolve a situação do transporte coletivo, que está em colapso”, finalizou.

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