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Debate entre candidatos a prefeito de PG tem troca de farpas e poucas propostas

Foto: Reprodução

Poucas propostas efetivas e troca de farpas. Assim foi o primeiro debate dos candidatos a prefeito de Ponta Grossa para as Eleições Municipais 2024, realizado na manhã deste sábado (17), pela emissora Band Paraná. Os cinco candidatos compareceram: deputado federal Aliel Machado (PV), prefeita Elizabeth Schmidt (União), deputada estadual Mabel Canto (PSDB), médico Dr. Magno Zanellato (Novo) e deputado estadual Marcelo Rangel (PSD).

Dividido em três blocos, o debate durou aproximadamente 1h15 e foi mediado pelo jornalista Renato Leite. No início da sabatina, cada candidato apresentou-se e, em seguida, foi aberta a primeira das três rodadas de perguntas que eles fariam entre si.

Durante o debate, apenas um pedido de resposta foi solicitado e concedido a Rangel, por ter sido citado.

Briga política

A briga política entre Rangel e Elizabeth, que eram aliados até o início deste ano, foi evidenciado no debate. O deputado estadual disse que a prefeita agiu com “ingratidão”, enquanto Elizabeth afirmou ter sido vítima de “traição”.

Quando teve oportunidade de fazer uma pergunta a Elizabeth, no segundo bloco, Rangel questionou por que ela o “atacava tanto”. A prefeita respondeu: “Você se considera o epicentro do universo. O que você chama de ingratidão, eu chamo de traição. Você me abandonou”, declarou. “Fui atacada pelo microfone e eu não tinha rádio para responder […] tentaram tirar os partidos de mim para me desestruturar”.

O deputado e ex-secretário de Inovação e Tecnologia do Paraná respondeu que estava “decepcionado” com Elizabeth. “Como eleitor, me decepcionei pelos atos e ações que a senhora tomou. Eu nunca lhe ataquei. Gostaria que a senhora não fechasse o PAI [Pronto-Atendimento Infantil] e o PSM”, disse.

Hospital Municipal

O fechamento do Hospital Municipal na gestão de Elizabeth, em 2022, e a saúde pública foram os temas que mais apareceram no debate. Já na segunda pergunta, a questão sobre o antigo ‘Amadeu Puppi’ foi feita por Magno para Elizabeth.

A candidata à reeleição aproveitou para dizer que Rangel ainda era seu aliado quando foi tomada a decisão de passar tanto o pronto-socorro quanto o Pronto-Atendimento Infantil para a Secretaria de Estado da Saúde e Universidade Estadual de Ponta Grossa (UEPG). Ela disse que teve o aval do governador e que passou todos os 20 leitos para o Hospital Regional e que a responsabilidade do município é a atenção primária.

Magno disse que não pretende abrir nenhum novo hospital, mas aproveitar a estrutura dos filantrópicos que já existem.

Mabel também falou sobre hospital e disse que vai construir um, atrás do antigo ‘26 de Outubro’. “Precisamos ter o nosso hospital”, afirmou.

Ainda sobre saúde, os candidatos falaram sobre gestão plena (quando o município assume a responsabilidade, inclusive da central de leitos) e telemedicina.

Apoios

Rangel destacou o apoio do governador Ratinho Jr. (PSD) e do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) à sua campanha e lembrou que Aliel tem o apoio do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT). Aliel disse que, mesmo não sendo do mesmo grupo de Ratinho, conquistou recursos estaduais para Ponta Grossa, entre eles, a nova torre do Hospital Regional Universitário e cutucou: “não abandonei a cidade por briga de política, mesmo não sendo o grupo da prefeita, ajudei, não fui traidor”. Rangel disse que manteria a calma no debate e que estava participando para mostrar projetos.

Transporte público

Mabel e Aliel falaram sobre transporte público, que hoje está com a licitação de uma nova concessão suspensa pela Prefeitura a pedido da atual concessionária, a Viação Campos Gerais. Aliel disse que vai criar miniterminais no Santa Paula e Jardim Carvalho e que a primeira ação nessa área será a “determinar uma revisão na planilha”. “Todos sabíamos o dia e a hora em que acabaria”.

Mabel, por sua vez, disse que se o processo licitatório não finalizar nessa gestão, irá abrir um novo edital, mas depois de ouvir usuários, especialistas e sociedade civil.

Mercado Municipal

Magno e Rangel debateram sobre o Mercado Municipal, cuja licitação para sua reconstrução foi assinada em 2017, quando o segundo era prefeito. “O senhor prometeu, a estrutura foi abaixo e não se concretizou a promessa de um novo mercado. Por que o senhor não entregou a obra?”, perguntou Magno.

Rangel disse que a empresa contratada faliu. “Era um projeto lindo, mas não conseguimos realizar”, resumiu. Para o local, ele apresentou uma nova proposta: construir um Centro Operacional de Polícia Integrada e uma praça.

Magno questionou por que o problema financeiro da empresa não foi verificado antes. “Não dava para perceber antes de anunciar e iniciar?”. “Hoje ele fala de um novo empreendimento, será que vai acontecer a mesma coisa?”, completou o médico. “Foi uma fatalidade, acontece em todo o Brasil”, respondeu o ex-prefeito.

Uniforme escolar

Também foi abordado o tema do uniforme escolar, para o qual Mabel propõe dar um voucher para as familiares comprarem o kit no comércio local. “Os uniformes até agora não foram entregues por causa de um problema na licitação. Em São Paulo, desde 2019, famílias recebem o voucher”, disse. Para ela, o voucher vai fortalecer o comércio de Ponta Grossa e ainda garantir a qualidade do produto.

Outros assuntos também foram pautados como assistência social e mobilidade urbana. Magno, que é ex-vereador, sugeriu que apenas ele e Elizabeth deveriam concorrer, já que os outros três têm seus mandatos como deputados para cumprir.

Fechamento de serviços

Mabel quis saber de Elizabeth por que ela fechou tantos serviços como a Prolar, Funepo e CPS, alvos, segundo ela, de “escândalos e prejuízos”. Elizabeth respondeu que a medida foi tomada para “enxugar a máquina”. Mabel lembrou que até o Gaeco esteve na Prefeitura para apurar as denúncias de corrupção envolvendo as empresas citadas e que irá reabrir a Prolar. “Quase 20 mil famílias estão na fila à espera de moradia”, afirmou.

Ao final do debate, cada um fez as suas considerações e alguns lamentaram a morte do apresentador Silvio Santos, cuja notícia chegou enquanto ocorria a sabatina. Elizabeth Schmidt declarou luto de três dias pela perda.

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