O candidato pelo Partido dos Trabalhadores (PT), Luiz Inácio Lula da Silva, foi eleito novo Presidente de República no segundo turno das eleições federais no Brasil. Os eleitores tiveram o período das 8h às 17h desse domingo (30) para irem às urnas eletrônicas, escolhendo entre o atual presidente – Jair Messias Bolsonaro (PL) – e Lula.
Até o momento, ainda não houve apuração de todas as urnas, mas o Tribunal Superior Eleitorado (TSE) informou que o resultado oficial já pode ser confirmado: Luiz Inácio Lula da Silva foi eleito para o cargo de gestor do País, voltando à posição que foi dele entre os anos 2003 e 2010.
O candidato Jair Bolsonaro permaneceu à frente durante quase todo o início das apurações. Somente às 18h45, Lula virou e apareceu à frente. Na ocasião, 67% das urnas estavam apuradas. Gradativamente ganhou distância do oponente. Somente após 98% das urnas apuradas, e com diferença de menos de 2% em relação a Bolsonaro, foi possível anunciar a vitória do candidato Lula.
A eleição de Lula entra para a história como uma das mais disputadas, já que a maioria das pesquisas apontavam pequena margem de diferença entre ele e Bolsonaro, tanto na preferência como na rejeição entre os eleitores.
Mais pobres
Lula assume a presidência refazendo, em parte, o discurso que o elegeu no início dos anos 2000 e que garantiu sua permanência por dois mandatos seguidos, além da eleição de sua sucessora, Dilma Rousseff, em 2011. Ou seja, procurou pautar seu discurso no atendimento aos mais pobres, na aplicação de impostos mais altos para os mais ricos, na transparência em seu governo, na defesa da educação.
Plano
Em seu plano de governo, poucos detalhes foram dados a respeito de como seria possível reverter o quadro de aumento da inflação, em parte decorrente da pandemia de covid-19 e no conflito na Ucrânia. Sua campanha, focada na proposta de um “retorno da esperança” por dias melhores, no qual todos possam “tomar uma cervejinha e comer um churrasco”, buscou a aproximação com a população das camadas sociais mais prejudicadas pelo momento frágil da economia brasileira.
Campanha
Dessa forma, o símbolo do “L”, originado em suas primeiras campanhas como metalúrgico, foi retomado. Nos debates exibidos no segundo turno, Lula optou por deixar de usar números em excesso em seus discursos, aparentemente tentando ficar à altura do candidato Bolsonaro, que buscou desqualificá-lo.
Passado
Entre os motivos apontados pela oposição para que Lula não fosse eleito estava, justamente, seu passado recente. Lula foi preso e, mesmo tendo sido mais tarde absolvido, permaneceu sendo o “ex-presidiário”. Em suas costas também pesava o escândalo do “Mensalão”, ocorrido durante sua gestão à frente do país, e irregularidades de desvio de recursos ocorridas na Petrobras.