O grupo de 39 digitalizadores que atua no Tribunal de Justiça do Paraná conta com cinco pessoas com deficiência auditiva. A integração entre os colegas do setor é total. Tanto que toda a equipe acaba de concluir um curso de libras, o que melhorou ainda mais a relação entre os servidores e também a sua produtividade. Em média, eles digitalizam 660 mil páginas a cada mês.
A Supervisora do Centro de Digitalização do TJPR, Daniela Ribas Rocha, explica que o trabalho está rigorosamente em dia, enquanto anteriormente havia mais de 30 mil processos em atraso. Ela informa também que a produtividade é ainda maior entre os servidores com deficiência auditiva.
Segunda ela, a média individual do grupo é de 3,3 mil páginas por dia, enquanto a produção dos servidores com deficiência chega a 5,4 mil páginas diárias. O rendimento do trabalho reflete o quanto eles sentem-se felizes e valorizados aqui, é uma oportunidade única de inclusão. Aqui a integração é completa, não existe deficiência, diz Daniela.
Parceria –
A inclusão social é uma bandeira defendida pelo Tribunal de Justiça do Paraná. Desde 2010, o projeto Abraçar para Incluir, uma parceria entre o TJPR e a Universidade Livre para a Eficiência Humana (Unilehu), viabiliza a contratação de pessoas com deficiência para, em conjunto com estagiários de nível médio e superior, desenvolverem o trabalho de digitalização, validação e indexação dos recursos aos Tribunais Superiores.
Esta inclusão coloca o TJPR e a Unilehu como pioneiros no Paraná em participar do Projeto de Inclusão Social, onde os deficientes auditivos realizam atividades intelectivas e não apenas mecanizadas.
A Supervisora do Centro de Digitalização do TJPR informa que o objetivo é expandir o projeto e, desta forma, beneficiar mais pessoas com deficiência.
Para a digitalizadora com deficiência auditiva Thais Mirelle Legiehn Rodrigues, que anteriormente trabalhava como estoquista no comércio, a oportunidade de atuar no TJPR tem sido maravilhosa. Há 11 meses no Tribunal, ela conta que se desenvolveu como pessoa, profissional e conquistou novas amizades. Depois que os meus colegas fizeram o curso de libras, o entrosamento com eles está ainda melhor, me sinto bem feliz aqui, diz.
Um de seus colegas, José Augusto dos Reis, elogia o trabalho e a convivência com as pessoas com deficiência. Eles são excelentes profissionais, comenta. Após fazer o curso de libras, José Augusto conta que o convívio social com o grupo melhorou. Além de conversar sobre o nosso trabalho, falamos hoje sobre outros assuntos, como futebol, e já saímos algumas vezes, diz. Tem sido muito divertido.
Reconhecimento internacional
O trabalho desenvolvido em parceria entre o TJPR e a Unilehu atraiu atenção internacional e conquistou um importante benefício. Nesta semana, A Unilehu recebeu a visita de representantes da SAP (Social Sabbatical), realizado no Brasil pela Pyxera Global, vindos da Alemanha, Filipinas e Estados Unidos.
A executiva filipina da SAP, Roxanne Bautista, esteve no Centro de Digitalização do TJPR na terça-feira (19/7) e ficou encantada com o projeto. Eu desconheço no mundo um projeto de inclusão social em parceria com uma instituição governamental como este, elogiou. Ela é uma das executivas que serão responsáveis por uma consultoria de planejamento estratégico com voluntários internacionais, com a qual o projeto foi agraciado.