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“Teremos um verdadeiro canteiro de obras nos Campos Gerais”, garante Sandro Alex 

Reeleito para o terceiro mandato de deputado federal nas eleições de 2018, Sandro Alex (PSD) se licenciou do cargo para assumir a Secretaria de Infraestrutura e Logística do Paraná (Seil) no governo Ratinho Junior (PSD), pasta que coordena desde o início de 2019. 
Em entrevista exclusiva ao Diário dos Campos, Sandro Alex faz um balanço do primeiro ano à frente da secretaria e os projetos previstos para 2020. Segundo ele, a região dos Campos Gerais será bastante beneficiada neste ano. Confira a entrevista.

Organização da secretaria  
“A primeira grande ação da secretaria foi resgatar a credibilidade, porque é uma secretaria que passou por graves momentos e ainda passa por dificuldades devido às investigações que estão acontecendo, que são importantes para o Paraná e o Brasil, mas que certa forma comprometem os trabalhos. Quando assumimos a pasta nos deparamos com quase todos os contratos e convênios suspensos, então passei mais tempo dentro dos órgãos de fiscalização e controle nesse primeiro ano do que dentro da minha secretaria. 
Pedi para o governador a implantação do programa de compliance, que começou no Governo do Paraná pela Secretaria de Infraestrutura e Logística, porque as obras de infraestrutura eram o maior alvo dentro do governo. E, mês a mês nós conseguimos resgatar contratos e destravar licitações, colocando a secretaria – que envolve o Porto de Paranaguá, o DER, e a Ferroeste – em operação. Montamos um time de diretores eficientes que deram um novo ritmo aos trabalhos”. 

Pedágios
“Uma das principais discussões na secretaria foram os pedágios, que é o assunto mais complexo da pasta e requer atenção especial por parte do Governo do Estado. Quando assumimos, o governo federal fez o primeiro anúncio de que retomaria suas concessões federais e a primeira análise era de que o Estado ficaria com as suas rodovias estaduais. Assim, a nossa dúvida era como iríamos administrar as rodovias estaduais. Então começamos a tratar junto com o governo Bolsonaro e chegamos ao acordo de que faríamos novas concessões em 2021 em conjunto. Para isso, montamos um grupo de trabalho formado por representantes do governo federal e estadual para iniciar as tratativas. A primeira ação foi redesenhar o Anel de Integração, que era composto por 2,5 mil quilômetros, passando para 4,1 mil quilômetros, incluindo algumas rodovias estaduais como a 323, 280 e 092 – além das BRs 476 e a 163 e a Transbrasiliana – a 153. Diante destas seis novas rodovias nós fizemos um desenho para compor um anel que tivesse a função de corredor de exportação com o Porto de Paranaguá e de ligação com outros estados, diferentemente do anel original. A única rodovia que nós solicitamos que ficou de fora é a PR-466, que liga a região de Guarapuava a Campo Mourão, mas ela não se demonstrou viável para o anel, pois teria um pedágio muito alto; então nós decidimos que a economia gerada com as outras estradas vai ser concentrada na reforma e duplicação desta via. Além disso, se houver qualquer tipo de arrecadação por outorga a gente pede que a arrecadação seja destinada ao Estado de origem. Sobre o tema, temos demonstrado à sociedade uma discussão transparente: o governo federal contratou uma empresa, a EPL, ao custo de R$ 60 milhões pagos pelo governo federal para fazer um estudo, que será apresentado em 2020 e que vai demonstrar qual será o valor e quais devem ser as obras da nova concessão. Mas, posso antecipar que a determinação do governador Ratinho Junior é a menor tarifa e maior quantidade de obras. 
Trabalhamos o pedágio em três tempos: passado, presente e futuro. Quando a gente fala para vai projetar um novo pedágio estamos falando do futuro. No que se refere ao passado, estamos lidando com os acordos de leniência, em que o Estado passa de investigado a colaborador e pelo qual anunciamos mais de R$ 1 bilhão junto com Ministério Público Federal [MPF] em retorno de leniência, sendo mais de R$ 500 milhões em obras que nós indicamos ser prioridade. Anunciamos algumas obras importantes, entre elas o trevo Cataratas – Cascavel e mais de R$ 365 milhões em obras nos Campos Gerais, que contemplam Campo Largo, Castro, Piraí do Sul, duplicação na Rodovia do Café [BR-376] – sentido Apucarana – e obras na avenida Souza Naves, que ainda estão na fase de elaboração de projetos. Muitos questionam que os valores ficaram baixos nos acordos – mas é importante destacar que o MPF fez a valoração e ao Estado coube indicar as obras. Além disso, este é um valor de referência para a continuidade das investigações e não um valor total. O Estado pode questionar os valores e a nossa Procuradoria Geral já está fazendo isso: o governo está pedindo a reparação de outros prejuízos que não foram cobertos por esta leniência. 
Já no tempo presente estamos tratando obras que precisam ser concluídas antes de 2021, como a duplicação da Rodovia do Café até Mauá da Serra, o contorno de Apucarana, o contorno de Arapongas, entre outras”.

Investimentos em infraestrutura 
“Conseguimos, junto ao governo federal, a autorização para construção da ponte Brasil – Paraguai, com orçamento de R$ 500 milhões. A gestão da construção ficará com o Governo do Paraná, pela Seil, em parceria com o DER e Dnit, com recursos da Itaipu. Queremos entregar esta ponte ainda durante o mandato do governador Ratinho Junior. 
Lançamos ainda o programa de recuperação de rodovias, somando investimentos de R$ 2 bilhões – já que herdamos uma malha rodoviária precária, de rodovias que estavam há mais de dois anos sem conservação. Lançamos ainda o programa de recuperação de rodovias, somando investimentos de R$ 2 bilhões. Em 2019, o governador conseguiu mais de R$ 500 milhões para que iniciássemos o processo de recuperação. E, com o novo orçamento aprovado para 2020, vamos dar um fluxo maior e entrar em janeiro com uma força-tarefa enorme de recuperação de rodovias. 
Teremos um alto valor para obras em 2020; o governador determinou R$ 145 milhões dos recursos do leilão do pré-sal a que o Paraná terá direito para as estradas”. 

Banco de projetos 
“O governador anunciou R$ 350 milhões em projetos executivos para todo o Paraná, o maior anúncio de projetos executivos do Brasil. Um dos grandes problemas da Infraestrutura é que não temos projetos, e sem eles não tem obra. Para a região dos Campos Gerais, por exemplo, conseguimos ordem de serviço para fazer projeto de duplicação da rodovia Ponta Grossa – Palmeira”. 

Campos Gerais 
“Teremos em 2020 um verdadeiro canteiro de obras nos Campos Gerais, beneficiando praticamente todas as cidades. Teremos viaduto em frente à Tetra Pak; um trevo na PR-151, na entrada secundária de Ponta Grossa, em frente à DAF; vamos ter viaduto de acesso a Castro, Piraí do Sul e mais duas obras na Souza Naves. Quero tranquilizar empresários e população porque as obras que serão feitas na Souza Naves serão para modernização, aumentando a mobilidade e a segurança na via, jamais para prejudicar o comércio local. Não havia previsão de nenhuma obra para a Souza Naves, mas consegui aprovar os trabalhos no Supremo Tribunal Federal, sendo a única leniência da Lava Jato que teve aditivo, porque não havia previsão de fazer nada no local. Os projetos devem ficar prontos em março e então mostraremos para a sociedade. 
Teremos ainda a duplicação da Rodovia do Café e dois viadutos em Campo Largo. Em Ponta Grossa teremos investimentos de R$ 35 milhões no Aeroporto Sant’Ana, para ampliação do terminal. Vou trabalhar na duplicação da rodovia entre Ponta Grossa e Palmeira, a pavimentação entre Ipiranga e Ivaí. Teremos o contorno em Castro e duplicação da PR-092, além de pontes, viadutos, trincheiras e passarelas”.

Mandato de deputado federal 
“Eu continuo sendo deputado, embora licenciado. O resultado deste trabalho como deputado é que em 2020 teremos o Instituo Federal do Paraná funcionado em Ponta Grossa.
Das emendas a que tenho direito, destinei recursos para o Parque Ecotecnológico, para a oncologia da Santa Casa de Misericórdia. Teremos o centro de convenções da UEPG – com mais de R$ 3 milhões, além de recursos para a região. Eu não abri mão das emendas: são R$ 15 milhões já garantidos para 2020. 
Por outro lado, a Secretaria de Infraestrutura tem um dos maiores orçamentos do governo, assim, para Ponta grossa, o que eu consegui anunciar em um ano como secretário, talvez não faria em dez anos como deputado. Só para Ponta Grossa e região no primeiro ano de gestão, anunciamos R$ 500 milhões em obras”. 

Voe Paraná 
“Este é um dos mais bem sucedidos programas da Seil e surgiu do desejo do governador de levar a aviação para o interior do estado. Hoje o Paraná tem a maior malha regional do Brasil, o que foi possível com a redução dos impostos e a transformação deste recurso em passagem. Só em 2019, agregamos à malha do Paraná 500 mil novos assentos, negociamos com a Latam, Azul, a Gol e, mais recentemente, com a Passaredo.
Um dos anúncios recentes, inclusive, são dois voos diários de Ponta Grossa para Congonhas; agregamos voos internacionais tanto em Curitiba como em Foz do Iguaçu. Reduzimos os impostos, trouxemos mais operações para o estado e estamos resgatando a malha que havia perdido muitos voos nos últimos anos. Isso tem gerado uma cadeia de desenvolvimento importante para o Paraná, que se torna mais competitivo”. 

Modais
“O Porto de Paranaguá teve uma conquista fantástica em 2019: se tornou o porto mais eficiente do país, tanto que fomos o primeiro e único porto a ter delegação de competência, o que significa que passamos a ter gestão do porto. Fechamos o ano com números fantásticos e um porto parceiro de Paranaguá, no sentido de olhar para as necessidades da cidade; iniciamos uma parceria com os municípios do Litoral e construiremos novos píeres, começando por Ilha na Ilha do Mel; entregamos em Paranaguá o novo viaduto de acesso à cidade e anunciamos mais R$ 3,5 milhões de projetos executivos para o município. 
A Ferroeste, por sua vez, começa em 2020 uma negociação importante de ampliação dos trilhos, ligando de ponta a ponta o Paraná; e um dos gargalos que temos ainda para isso é o trecho Guarapuava-Ponta Grossa, e vamos buscar solução neste ano”.
 

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