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Taxis, vans, Uber e motoboys se unem aos caminhoneiros em PG

O segundo dia da greve dos caminhoneiros foi marcado em Ponta Grossa pelo apoio de motoristas de taxis, vans, Uber e motoboys. Eles saíram ontem em carreata pela BR-376 e principais avenidas da cidade, como forma de apoiar o movimento nacional que pede a redução do preço do diesel. Os motoristas distribuíram nos trechos de manifestação água e alimentos. A ação aconteceu no período da tarde.

Marcelo Rocha, um dos organizadores da carreata, acredita que a união pode levar à mudança. “Estamos todos juntos em apoio à mesma causa. A ideia surgiu ontem [segunda-feira], se aperfeiçoou, foi aceita e estamos aqui para dar apoio e incentivar. Toda a população deveria se unir”, diz ao salientar que não é só o diesel que subiu, mas a gasolina quase 17% só neste mês. Mais de 200 carros, vans e motos participaram da ação que contou com apoio, segundo Eudimar Rocha, também organizador, da Autarquia Municipal, da PRF e da PM. “Eles orientaram sobre o que poderia ser feito”, explica Eudimar.  

Representante dos caminhoneiros autônomos de cargas, Neori Leobet (Tigrão) recebeu os donativos das mãos de Marcelo, representando todos os motoristas. “Isto mostra que a sociedade está aderindo, está organizada e se aproximando. O trabalhador merece respeito e dignidade no seu trabalho. Nós queremos que o governo atenda a nossa reivindicação. Não temos condições de pagar a conta da Petrobras que não foi feita por nós. O caminhoneiro deixa a sua família para dormir na cabine, então merece respeito”, observa Neori.

Neori salienta ainda que os caminhoneiros não queriam a greve, mas foi a saída encontrada pela categoria, que, segundo ele, não tem mais condições de pagar pelo preço do diesel. “O transporte representa 15% do PIB do país e de 58% a 62% de todo o frete é feito pelo autônomo. Hoje o diesel representa 60% do valor do frete e tem mais o pedágio”, diz. A categoria, conforme Neori, “pede a redução dos impostos do a zero”.

Segundo a Associação Brasileira dos Caminhoneiros (Abcam), mais de 200 mil caminhoneiros aderiram ao movimento no país. No Paraná são aproximadamente 50 trechos com manifestação, conforme a PRF.

 

Queda no preço anunciada pela Petrobras não resolve, diz Neori

Neori Leobet (Tigrão), representante dos caminhoneiros autônomos, conta que a pauta de reivindicação entregue ao governo federal tem sete reivindicações, sendo a mais urgente a queda no preço do diesel. Dois pedidos se referem ao governo do Paraná que é em relação à cobrança do pedágio sobre o caminhão vazio e eixo suspenso e a criação do crédito do ICMS para o caminhoneiro autônomo através do CPF. “Isto daria um grande benefício no fim do ano porque ele poderia usar este crédito para renovar o caminhão ou o implemento”, esclarece. O encontro com a governadora Cida Borghetti estaria marcado para esta semana.

Quanto à redução no preço do diesel e da gasolina anunciado ontem pela Petrobras, ele avalia que não resolve. “O aumento anunciado ontem [segunda-feira] pela Petrobras foi o reduzido hoje [ontem]”, diz.

Na segunda-feira, quando a greve se iniciou, a Petrobras anunciou alta de 0,9% nas refinarias para a gasolina e de 0,97% para o diesel. Com a alta, o preço da gasolina passaria a custar  ontem R$ 2,0867, enquanto o óleo diesel R$ 2,3716.

Ontem, a companhia decidiu reduzir o preço da gasolina em 2,08% nas refinarias e do diesel 1,54%. Com a queda a gasolina passará a custar hoje nas refinarias R$ 2,0433 e o diesel R$ 2,3351.

Doação

Como há muitos caminhoneiros de outras cidades e estados parados nos pontos de bloqueios eles precisam de doações, principalmente de alimentos. Quem puder ajudá-los pode se dirigir até os trechos na BR-376. Na tarde de ontem, se formou pontos também na Souza Naves.

Neori recebeu donativos para os caminhoneiros na tarde de ontem (Foto: Fábio Matavelli)

 

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