em

Superbactéria é encontrada em raia de treino das Olimpíadas do Rio

Daniel Marenco – 3.ago.2014

Competidores no evento teste para Olimpíada de 2016, na Baía de Guaranabara, no Rio

A bactéria KPC, resistente a antibióticos, foi encontrada em uma das cinco raias demarcadas para os Jogos Olímpicos do Rio, em 2016. Esta área de competição foi batizada como raia Pão de Açúcar no evento-teste de Vela e fica situada próxima à Praia do Flamengo.

O Instituto Estadual de Meio Ambiente (Inea) confirmou nesta terça-feira (16) a presença da KPC nas praias de Botafogo e do Flamengo, na zona sul carioca. Neste mesmo perímetro fica a raia de competição, que, aliás, é o ponto de provas mais próximo da Marina da Glória, a sede do torneio de vela olímpico.

A contaminação pela KPC pode resultar em infecções na corrente sanguínea, no sistema urinário e pneumonia. Por sua resistência a antibióticos, a KPC passou a ser chamada de superbactéria.

“Essa notícia tem um impacto muito negativo na comunidade de vela internacional. Obviamente causa preocupação”, lamentou o campeão olímpico Torben Grael, atual treinador da seleção brasileira de vela, que compareceu na noite desta terça ao Prêmio Brasil Olímpico, no Teatro Municipal do Rio.

Desde o início de 2014, o Inea passou a monitorar a qualidade da água nas raias olímpicas da Baía de Guanabara. Em cinco das 13 medições realizadas neste ano na raia Pão de Açúcar, o nível de coliformes fecais estava acima do limite máximo.

Durante a regata internacional promovida em agosto, o comitê organizador celebrou a qualidade da água nas raias, aprovada nos testes do Inea. Desde então, o mesmo instituto classificou a água como imprópria na raia Pão de Açúcar nos meses de setembro, outubro e dezembro. Em novembro, as condições foram consideradas adequadas.

Histórico

Essa não é a primeira vez que micro-organismos deste tipo são encontrados noRio de Janeiro.

Em 2010, um estudo do IOC já havia localizado superbactérias no esgoto hospitalar da cidade. No fim do ano passado, outro trabalho apontava a presença de superbactérias nas praias do Flamengo e de Botafogo.

O que os cientistas só descobriram agora é o caminho trilhado pelos micro-organismos até o mar. Ao que tudo indica, ele envolve o rio Carioca, que corta diversas áreas da cidade que reúnem moradias e hospitais.

“É possível que as bactérias tenham sido encontradas na chegada do rio à Praia do Flamengo porque conseguiram sobreviver ao tratamento realizado ou porque não houve tratamento da água”, afirmou o cientista Carlos Felipe de Araújo em entrevista no site da Fiocruz.

Participe do grupo e receba as principais notícias da sua região na palma da sua mão.

Entre no grupo Ao entrar você está ciente e de acordo com os termos de uso e privacidade do WhatsApp.