Está marcada para esta quarta-feira (25), na Câmara dos Deputados Federais, a votação de pedido de autorização do Supremo Tribunal Federal (SIP 2/17) para investigar, por crime comum, o presidente da República, Michel Temer, e os ministros Eliseu Padilha (Casa Civil) e Moreira Franco (Secretaria-Geral).
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A partir das 9 horas, os deputados debaterão parecer da Comissão de Constituição e Justiça e de Cidadania (CCJ) contrário à autorização, conforme relatório do deputado Bonifácio de Andrada (PSDB-MG) aprovado por 39 votos contra 26, no dia 18.
A denúncia da Procuradoria-Geral da República (PGR) acusa Temer e os ministros de formação de quadrilha e obstrução de Justiça com o intuito de arrecadar propinas, estimadas em R$ 587 milhões. A denúncia teve como base as delações premiadas de executivos da JBS. O Planalto nega todas as acusações.
Votação
Conforme os procedimentos de Plenário para análise da denúncia, a autorização para que o Supremo investigue a situação só será concedida se receber o apoio de pelo menos 342 deputados, ou 2/3 do total, que terão que se manifestar contrários ao relatório de Bonifácio de Andrada por meio do voto não.
Entre os deputados que participarão da votação estão os ponta-grossenses Aliel Machado (Rede) e Sandro Alex (PSD). Em entrevista ao Diário dos Campos, nesta terça-feira (24), os deputados falaram sobre o momento e sobre seus votos.
O deputado Aliel Machado reafirmou que votará a favor da investigação pelo STF, ou seja, contrário ao relatório de Andrada. “Há provas documentais fortes o suficiente para que ele [Temer] seja investigado”, frisa. Ele critica ainda a movimentação do presidente para atrair aliados. “Temer tem feito de tudo para barrar a investigação e se manter no poder. É uma vergonha esta negociata barata que estão fazendo com troca de cargos, liberação de emendas para a bancada do governo”, aponta.
Já o deputado Sandro Alex, afirma que está estudando o processo para decidir seu posicionamento. “Eu estou analisando os documentos para que possa tomar o mesmo procedimento da última denúncia. Não vou abrir meu voto antes da sessão para não haver pressão”, aponta Sandro Alex. No entanto, ele adianta que possui sérias restrições em relação à JBS. “Sempre fui a favor de investigação, mas o que me preocupa é que a JBS não tem credibilidade, tanto que eu já tinha informado ao Supremo Tribunal e à Procuradoria Federal que os irmãos Wesley e Joesley Batista não mereciam perdão ou anistia dada a eles. E, esta preocupação de fato ficou comprovada, tanto que eles estão presos”, frisa.