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PG passa a ter mais um deputado estadual

Designado pelo prefeito para atuar junto ao Governo do Estado em nome de Ponta Grossa, Hussein Bakri (PSD) não vê concorrência com deputados da cidade e afirma que trabalhará por demandas locais

 

Divulgação
“Não é só de emendas que a população precisa, ela precisa de um deputado no dia a dia, existem assuntos que não são do prefeito, são de nível estadual, aí pode me chamar que eu venho”

 

 

A Assembleia Legislativa do Paraná (Alep) tem três deputados cujo reduto eleitoral é Ponta Grossa: Plauto Miró Guimarães (DEM), Péricles de Mello (PT) e Marcio Pauliki (PDT). No entanto, Hussein Bakri (PSD) também atua em nome do município no diálogo com o Governo Estadual. O parlamentar foi designado pelo prefeito Marcelo Rangel (PPS) como o segundo deputado estadual para atuar junto ao Palácio Iguaçu (o outro é Plauto).

Oriundo de União da Vitória, Bakri tem ligação com seu correligionário Sandro Alex e afirma tem ‘afinidade’ com Rangel e se coloca à disposição de Ponta Grosa. Há cerca de dois meses como representante da cidade, já tem uma relação de demandas, entre elas questões como a trincheira do Los Angeles, Souza Naves e o Hospital da Criança.

Em entrevista ao Diário dos Campos, Hussein Bakri assegura que não toma espaço dos outros parlamentares de Ponta Grossa e ressalta representar mais de 20 cidades do Estado, além de ser o vice-líder do governo na Alep. Confira trechos da entrevista:

Trajetória

“Com 22 anos já era vereador na cidade União da Vitória, depois disso fui prefeito reeleito e em 2010 tentei minha eleição para deputado, fiz 32 mil votos, mas fiquei na suplência e não assumi. E agora nessa eleição, já no grupo do Ratinho Junior, tive a felicidade de me eleger deputado estadual pelo PSC à época, depois houve uma migração para o PSD e acompanhei o Ratinho nessa mudança. Eu comecei na Assembleia no chamado ‘baixo clero’, com os deputados menos conhecidos, mas tive a felicidade de conseguir uma ascendência importante. Humildemente digo que sou presidente da Comissão de Educação da Alep, sou vice-líder do governo na Assembleia e sou líder do PSD na Alep. Em dois anos, com muito trabalho, consegui essa ascensão. Quando iniciei na Assembleia, evidentemente por não ser deputado, não tinha nenhuma prefeitura, nenhum prefeito que eu representava. Hoje estou batendo na casa de 20 cidades que represento.”

 

Qual a ligação com Ponta Grossa?

“Muita gente pergunta: mas espera aí, como que esse deputado apareceu aqui? Tenho que explicar que a Casa Civil, com o Valdir Rossoni, estabeleceu que – para evitar polêmica de um deputado entrar na área de outro – cada prefeito escolha de um a dois deputados. Mas antes, por conta da minha ligação que tenho com o deputado Sandro Alex, somos do mesmo partido, ele é nosso presidente, a gente foi tendo uma familiaridade e por conta de uma amizade pessoal com o secretário Marcus (Freitas, procurador-geral do município) eu comecei a frequentar a prefeitura, me colocar à disposição, mesmo antes da regra de dois deputados indicados. E aí tivemos uma ligação boa com o prefeito, admiro o estilo dele, e a partir disso começaram a surgir as demandas. Destinei uma emenda, de mais de R$ 3 milhões ao Lago de Olarias, que começam a ser liberados a partir do final de abril, e para surpresa minha o prefeito me comunicou que eu seria um dos deputados escolhidos de Ponta Grossa. Um é o deputado Plauto, a quem eu tenho muito respeito, e o outro seria eu. Confesso que foi uma surpresa, porque pela importância que Ponta Grossa tem no contexto do Estado, a minha responsabilidade é muito grande.”

 

Competitividade com deputados de PG

“Eu não percebi um movimento mais forte, se ele existe, ele é invisível. Pode ser que exista. Mas eu não recebi nenhuma manifestação mais ostensiva por conta disso. E acho que também ninguém pode mexer no poder discricionário do prefeito. É ele quem vai escolher, independente se é A ou B. O prefeito é que vai escolher quem vai poder representar melhor. O fato de ser daqui ou não vai valer que um deputado seja melhor ou pior que outro. Mas eu não recebi alguma hostilidade por parte de nenhum deputado de Ponta Grossa. Se for o caso do Marcio Pauliki (PDT), eu não vejo motivo para ele ter preocupação, porque ao que me parece ele tem propalado aos quatro cantos que é candidato a deputado federal eu sou a estadual. Eu vejo que não vou atrapalhar em nada. Tenho certeza que se o prefeito pudesse indicar três, quatro deputados, indicaria, não sei quem, mas nesse momento ele podia indicar dois, ele entendeu que os dois seriam o Plauto e o vice-líder do governo.”

 

Articulação junto ao governo

“É preciso deixar claro que deputado não tem recurso. Deputado pede. Eu vejo às vezes alguns deputados arrogando para si ‘eu liberei isso’, isso não existe. Isso para qualquer região. Ninguém libera nada. Quem libera chama-se o governador do Estado do Paraná, Beto Richa. É ele quem libera, nós somos instrumentos. E aí temos as emendas, elas são quase impositivas, existe um acordo tácito do governo, para atender a essas emendas. Nessas emendas temos o poder de escolher. Agora, existe outro tipo de trabalho, que é a persuasão. O Estado tem que atender às demandas de Ponta Grossa, que é uma das maiores cidades do Estado, e como faz isso? Reúne as lideranças e ouve. Esse é o meu modo de trabalhar, se vai dar certo, não sei, muitas brigas que entrei deu certo, outras não. Isso é representatividade.”

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