A pandemia global do coronavírus tem afetado todos os setores econômicos e já se mostra como uma nova crise mundial, causando desaceleração no crescimento dos países e empresas de todo o mundo. Para se ter ideia do impacto da doença, o Banco Central anunciou nesta terça-feira (18), quando do dólar chegou à marca de R$ 5,20 durante a manhã, que comprará títulos soberanos do Brasil denominados em dólar (global bonds) das instituições financeiras nacionais – e essa é a primeira vez desde 2008, época da crise financeira internacional, que o BC faz esse tipo de operação.
Porém, além dos grandes investidores e agentes do mercado financeiro, um dos grupos que mais deve ser afetado pela crise nas economias domésticas é o dos pequenos empresários. “O pequeno sofre com a falta de capital de giro, que é o que sustenta em um período de decréscimo de compras [devido ao isolamento]”, destaca a coordenadora de fomento ao empreendedorismo e inovação de Ponta Grossa, Tônia Mansani.
“Sem desmerecer os grandes empregadores, mas enquanto eles levam o seu capital para a sua matriz são os pequenos que fazem com que o dinheiro circule na cidade. Se ele não consegue pagar o seu funcionário, o seu funcionário não consegue consumir – é um ecossistema de desenvolvimento”, afirma a gestora municipal, destacando que em Ponta Grossa 96% de todas as empresas são de pequeno porte e, entre elas, os microempreendedores individuais representam 32% – segundo levantamento do Sebrae, em 2019 as micro e pequenas empresas paranaenses foram responsáveis por 91% do total de novas contratações.
“A gente deve incentivar as compras dos pequenos. Se não pode fazer presencial, procurá-los pelas redes sociais, por serviços de entrega. Agora também é a hora de o empresário ser criativo em dar alternativas para o consumidor,se reinventando com novas estratégias – e a inovação incremental é uma aliada”, conclui Tônia.