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Paraná colhe frutos do ajuste fiscal, diz Beto Richa

Governador admite que medidas de austeridade não agradaram a todos, mas ressalta números positivos sobre contas públicas obtidos este ano

 

 

Divulgação
Legenda

 

 

O governador Beto Richa (PSDB) admite: o ajuste fiscal imposto no início do ano causou desgaste, porém, o tucano ressalta que as contas do Paraná estão sendo colocadas em dia.

Richa também admite que houve excessos no episódio que resultou em mais de 200 pessoas feridas durante a manifestação contra a alteração do ParanaPrevidência e que os culpados serão punidos.

Atualmente em discussão, uma eventual renovação de contratos com as empresas que administram as rodovias federais no Paraná é posta em segundo plano pelo governador, que afirma ser necessário antes discutir com a União a renovação da administração destes trechos pelo Estado. Também à Brasília Richa repassa a responsabilidade do Contorno Norte de Ponta Grossa, que também se encontra sob análise do governo federal.

Confira trechos da entrevista exclusiva concedida pelo governador Beto Richa ao Diário dos Campos.

 

 

Diário dos Campos – O ajuste fiscal anunciado no começo do ano causou um certo desgaste ao governo, mais de seis meses após o início da implementação das medidas, quais os resultados já obtidos pelo pacote?

 

Beto Richa – O ajuste foi bastante criticado na época. Mas as vozes que se ergueram contra o ajuste hoje estão se calando. A situação é dramática em vários estados. O Paraná está em outro contexto. Ainda na semana passada autorizei o pagamento de R$ 183 milhões a mais de mil fornecedores que tinham créditos junto ao Estado entre R$ 100 mil e R$ 300 mil. Em maio, havíamos desembolsado R$ 234 milhões para quitar os débitos de até R$ 100 mil. Contamos com a compreensão dos nossos credores e, mais uma vez, reafirmo minha palavra: todos os compromissos serão honrados.

 

DC – Existem mais medidas de austeridade fiscal planejadas pelo governo do Estado?

 

Beto Richa – Há ações já em andamento que, no longo prazo, darão maior equilíbrio financeiro ao Estado. Não administro com olhos só para o período da minha gestão. Penso em deixar um legado que será muito importante para as futuras administrações. Também não estão descartados novos cortes de gastos correntes sem prejudicar o funcionamento da máquina pública.

 

DC- Recentemente, o senhor e demais governadores estiveram em Brasília em uma reunião com a presidente Dilma Rousseff. O que hoje, o governo federal tem a oferecer aos estados, e o que mais poder ser feito para melhorar esta situação?

 

Beto Richa – Sou um homem do diálogo e fui a Brasília com a melhor das boas vontades. Até agora, eu vinha defendendo a reforma do pacto federativo. Mas, refletindo melhor, vamos constatar que sequer há um pacto federativo. O que existe é Brasília consumindo insaciavelmente os recursos nacionais. E quem tem os recursos, tem poder ilimitado. É preciso urgentemente ampliar a fatia dos estados e dos municípios no bolo dos tributos nacionais. Fora disso, não há saída.

 

DC- Este ano lideranças de Ponta Grossa foram até Brasília para pleitear a construção do Contorno Norte, uma obra que o município espera há alguns anos. O que o governo do Estado tem feito em relação a esta obra?

 

Beto Richa – Desde o início da minha gestão, em 2011, tenho defendido a execução desta obra pela União, pois envolve uma rodovia federal. Este trecho forma um gargalo que congestiona a cidade, dificultando o transporte da produção paranaense que vem do norte do Paraná em direção ao Porto de Paranaguá. Há várias opções para dar solução à obra, como a inclusão dela no cronograma da concessionária ou execução pela União. As equipes técnicas estão trabalhando dar a solução o mais rápido possível. Inclusive está sendo feita uma análise conjunta entre Ministério, Dnit e DER para uma solução técnica que defina o melhor traçado. Somente com isto teremos um valor mais detalhado desta obra, definindo custos de desapropriação e as obras que serão feitas, como pontes e passarelas. A prioridade é dar uma solução rápida, que acabe com este gargalo rodoviário. Mas, dependemos de Brasília.

 

DC- A renovação das concessões das rodovias federais no Paraná está sendo discutida junto ao governo federal, qual o posicionamento do senhor sobre o assunto?

 

Beto Richa – A minha posição, desde o início do meu primeiro mandato, tem sido a de antecipar a realização das obras e buscar um acordo com as concessionárias para reduzir as tarifas. Sempre através do diálogo. E realmente conseguimos não apenas antecipar várias obras como também incluir algumas que não estavam previstas nos contratos originais e até mesmo reincluir obras que haviam sido retiradas dos contratos por determinação do governo anterior. A duplicação Medianeira/Matelândia foi reincluída, assim como a duplicação Guarapuava/Relógio, e ambas já concluídas. Já o contorno de Campo Largo, que estava previsto para ser feito a partir de 2017, já está totalmente concluído. O trecho Nova Esperança/Paranavaí, que tinha a previsão apenas de construção da terceira faixa, já autorizamos a sua duplicação na semana passada. E por fim, não poderia deixar de citar a duplicação da Rodovia do Café, entre Ponta Grossa e Apucarana, dos quais 11 km foram entregues duas semanas atrás e outros 11 km serão concluídos até o final do ano. Com respeito à renovação das concessões, cabe esclarecer que um passo deve ser dado antes de qualquer movimento em favor ou desfavor da continuidade dos contratos do Estado com as empresas que administram rodovias no Paraná. Esse primeiro passo é a renovação do convênio de delegação das estradas federais que integram o programa de concessões do Paraná. Trata-se de uma negociação entre o Estado e a União que ainda está em curso.

 

DC- O senhor enfrentou um episódio de bastante desgaste com a greve dos profissionais da educação que acabaram culminando em confronto violento no dia 29 de abril, durante a votação do projeto que alterava o ParanaPrevidência. Hoje, como o senhor analisa aqueles episódios ocorridos em abril?

 

Beto Richa – Houve excessos dos dois lados naquele dia. Tanto que há inquéritos nas policias Civil e Militar para apurar o episódio. Apuradas as responsabilidades, as punições devem ocorrer na forma da lei. Por outro lado, a análise que faço para este meu segundo mandato está concentrada em aspectos fundamentais: as medidas de curto prazo que já foram adotadas no âmbito do ajuste fiscal. Já passamos pela fase mais difícil e que sabíamos dos riscos de enfrentarmos protestos pela adoção de medidas impopulares. Preferimos enfrentar esses riscos para ajustarmos a economia do Paraná e hoje já começamos a colher os bons frutos das medidas que foram implementadas. O equilíbrio do Estado precisa ser permanente e o menos suscetível possível às oscilações da economia, da arrecadação fiscal. Acredito que o processo de industrialização alavancado pelo programa Paraná Competitivo também está vinculado a este projeto de mais longo prazo, na medida em que gera empregos e amplia a arrecadação.

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