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Nova regra deve reduzir 40% de financiamentos de campanhas

Proibição de doações de empresas causará redução nos custos na corrida eleitoral do ano que vem; nas últimas eleições empresas financiaram 40% das campanhas para prefeito

Arte DC

Proibidas por decisão do Supremo Tribunal Federal (STF), as doações de empresas para candidatos representaram cerca de 40% dos financiamentos das campanhas nas últimas eleições para prefeito em Ponta Grossa.

Com a decisão anunciada pelo Pleno do STF, que passa a valer a partir do pleito do ano que vem, as candidaturas em 2016 deverão sofrer cortes drásticos nos caixas. Quase metade dos cerca de R$ 4,6 milhões arrecadados pelos candidatos na disputa para prefeito em 2012 veio do setor privado, segundo prestações de contas à Justiça Eleitoral.

Na última disputa para prefeito em Ponta Grossa as doações diretas de empresas geraram pouco mais de R$ 1,8 milhão aos cofres das campanhas dos candidatos. Os números foram obtidos via levantamento feito junto ao Tribunal Superior Eleitoral (TSE), e levou em conta somente os registros de doações assinadas por pessoas jurídicas. Não foram levadas em consideração repasses feitos por empresários de forma pessoal, ou seja, cujo registro no TSE consta como pessoa física.

Na corrida para prefeito em 2012, o ‘campeão’ de arrecadação junto à iniciativa privada foi Marcelo Rangel (PPS), que veio a se eleger. A campanha do atual prefeito recebeu cerca de R$ 1 milhão em doações de empresas, o que representou quase 70% dos pouco mais de R$ 1,4 milhão arrecadados pela coordenação de campanha de Rangel. Já Péricles de Mello (PT) foi o que menos teve doações de empresas registradas, segundo prestação de contas do TSE: ‘apenas’ R$ 190 mil. Marcio Pauliki (PDT) teve 46% de sua campanha (aproximadamente R$ 580 mil) financiada por doações diretas de empresas.

Criatividade

A provável redução de custos de campanhas deverá exigir mais dos candidatos e também dos publicitários. “A tendência é que a execução das campanhas vai exigir mais criatividade, uso de redes sociais, mais do que nunca, convencer o eleitor a apoiar um projeto político”, analisa Julio Salles Rosa, que coordena campanhas eleitorais em municípios de pequeno e médio porte no Paraná e Santa Catarina há 25 anos.

O exemplo da campanha de Barack Obama, nos Estados Unidos, financiada basicamente por doações de eleitores, é uma alternativa apontada pelo publicitário. “Será um desafio, sobretudo por conta desse momento em que a população está desacreditada na classe política”, prevê Rosa.

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