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“Mulheres em ação” debate equidade de gênero

Evento reuniu lideranças da região e discutiu ações para sanar diferenças e promover igualdade de condições

Divulgação
Encontro discutiu situação de mulheres no mercado de trabalho e na sociedade

 

Maior representatividade da mulher na política e mais diálogo acerca da equidade de gênero. Algumas questões para ‘sanar’ o desequilíbrio entre homens e mulheres foram elencadas e debatidas na manhã desta quinta-feira durante o 1º Encontro “Mulheres em Ação”, evento promovido pelo Conselho Regional de Cidadania Empresarial (CPCE) em Ponta Grossa e entidades parceiras, entre elas, a Associação dos Municípios dos Campos Gerais (AMCG).

Neste primeiro encontro, o tema foi mais especificamente sobre as diferenças de gênero no ambiente de trabalho, mas questões sobre a violência contra a mulher e preconceitos também tiveram destaque. “O desequilíbrio ainda é imenso”, avalia a socióloga e mestre em história social do trabalho com ênfase em cultura e gênero, Renata Fagundes Cunha, citando alguns dados do setor. Mulheres trabalham no mínimo 7,5 horas a mais que os homens semanalmente. 40% das famílias têm as mulheres como principais provedoras. Os salários das mulheres equivalem 68% do salário masculino. “E apesar de tudo isso apenas 14% dos cargos executivos são femininos”, aponta.

Para Renata, a questão de gênero deve ter início na igualdade das atribuições das tarefas domésticas, já que estudos demonstram que desde crianças são as meninas que trabalham mais.

Além das questões de trabalho, a ativista do movimento de mulheres citou dados da violência. “O Paraná é o terceiro estado em índice de feminicídio do país”, destacou, enumerando 35 mil mulheres agredidas em 2016, conforme dados oficiais.  “Estatísticas que tendem a ser mais agravantes se levarmos em conta que os investimentos em políticas públicas para o atendimento de mulheres vítimas de violência teve uma queda de 61% nos últimos dois anos”, avalia. Conforme a especialista, este corte nos investimentos reflete a falta de representatividade feminina nos cargos públicos. “Se não há mulher lá, como é que o Governo vai contemplar suas necessidades”, questiona Renata.

Painel

Os números não são muito favoráveis à equidade de gênero, mas o 1º Encontro “Mulheres em Ação” levou cases para servir de inspiração na sua primeira edição. Além da empresa Sanepar, que está processo de adesão aos Princípios de Empoderamento da Mulher da ONU, (WEPS), o evento contou com quatro mulheres “empoderadas” que foram contar um pouco de sua história aos mais de cem participantes presentes.

A soldadora da Águia Sistemas de Armazenagem Cleonilde Souza de Araújo, a Tenente da Polícia Militar Jaine Chaves de Oliveira, a diretora de Recursos Humanos da DAF Caminhões Jeanette Jacinto, e a técnica de manutenção da Copel Maria Helena Mattos Paiva foram muito aplaudidas após participarem do Painel que teve como tema “Mulher: Qual é o seu Lugar?”. Claro, que a resposta de todas elas para a pergunta foi uma só: “Lugar de mulher é onde ela quiser”. “Precisamos assumir o nosso protagonismo, assumir o controle de nossos sonhos e nossos desejos”, resumiu Jeanette.

Ocupando cargos predominantemente masculinos, algumas das painelistas convidadas relataram preconceitos sofridos, tanto de gênero quanto de raça. Por isso, a conclusão que chegaram é que um dos caminhos para a equidade é a educação. “O grande caminho é tomar consciência de que vivemos em uma sociedade que é informada pelos ismos. Como o machismo, o racismo, e outros por aí. Temos que ter subsídios e proatividade para frear isso”, aponta Renata. Um dos subsídios foi apontado por Maria Helena: “eduquem bem os seus filhos. É um dos subsídios que temos para mudar o mundo”.

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