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Ratinho Junior lamenta saída de Moro; outras lideranças também se manifestam

Após o ministro da Justiça e Segurança Pública, Sergio Moro, ter pedido demissão do cargo nesta sexta-feira (24), deixando o governo do presidente Jair Bolsonaro após quase 16 meses à frente da pasta, diversas lideranças políticas manifestaram, por meio das redes sociais, apoio ao ex-juiz e ex-ministro. "É o maior paranaense da história recente, orgulha o nosso Estado e o Brasil. Como juiz e como ministro ajudou a combater a corrupção em nosso país", afirmou o governador Ratinho Junior (PSD). "Lamento muito a sua saída do Ministério da Justiça e Segurança Pública, mas tenho certeza de que ele vai continuar contribuindo com a nação em outros desafios. O Paraná te recebe de braços abertos!", completou o governador do Paraná. 
Em vídeo, o senador Oriovisto Guimarães (Pode-PR) também manifestou apoio ao ex-ministro. “Acompanhei a coletiva de imprensa do ministro Sergio Moro, no fim da manhã desta sexta-feira (24). Eu declaro total apoio ao ex-juiz e não quero ver o fim da autonomia da Polícia Federal nas importantes investigações que realiza. Continuo acompanhando a situação política, mas deixo muito claro meu integral apoio a Sergio Moro", frisa. 
O deputado federal licenciado e atual secretário estadual de Infraestrutura e Logística, Sandro Alex também se posicionou por meio de suas redes sociais. "Minha admiração pela postura do Dr. Sérgio Moro. Fui defensor do seu trabalho como juiz a frente de processos importantes para o país, como a operação Lava Jato, e continuarei defendendo seu legado. Paranaense que orgulha o Brasil!", afirmou. 

O senador Flavio Arns (Rede), apontou que sempre esteve com Sergio Moro por confiar no "seu brilhante e obstinado trabalho no combate à corrupção". “A saída de Sérgio Moro do Ministério da Justiça e Segurança Pública é mais uma lástima que se acumula em meio a tantas crises que estamos vivenciando em nosso país. O que esperar agora? Polícia Federal sem comando técnico? Mais retrocessos no combate à corrupção?", questiona. 

Em suas redes sociais, o prefeito de Ponta Grossa, Marcelo Rangel (PSDB), também se pronunciou sobre a saída de Moro. "Hoje, com muita tristeza, acompanhei a saída do Ministro Sérgio Moro do Governo Federal. Nos entristece profundamente, por termos perdido um dos alicerces morais da Admnistracao Pública, e em condições que nos deixa ainda mais inseguros quanto ao futuro político do Brasil. Neste momento de extrema instabilidade social, econômica e de saúde pública, a pessoa do ex ministro, nos dava alento jurídico e profissional na segurança nacional. Peço a Deus, a misericórdia divina para com esta nação tão sofrida, e agradeço como cidadão, aos trabalhos do sempre juiz, Dr Sérgio Moro", apona.

Em nota oficial assinada pelo senador Alvaro Dias, líder do Podemos no Senado, presidente do partido – Renata Abreu – e líder do Podemos na Câmara, Léo Moraes, ressalta o trabalho de Moro no combate à corrupção. "A saída do ministro Sergio Moro do governo, uma opção do Presidente da República, representa o afastamento do governo Bolsonaro do sentimento popular e do combate à corrupção. É a derrota da ética", afirma a nota. 

Demissão 

Ao anunciar sua demissão, Moro lamentou ter que reunir jornalistas e servidores do órgão em meio à pandemia do novo coronavírus para anunciar sua saída, mas esta foi “inevitável e não por opção minha”.

Em um pronunciamento de 38 minutos, Moro afirmou que pesou para sua decisão o fato de o governo federal ter decidido exonerar o diretor-geral da Polícia Federal (PF), Maurício Valeixo. O decreto de exoneração foi publicado hoje (24), no Diário Oficial da União. É assinado eletronicamente pelo presidente Jair Bolsonaro e por Moro, e informa que o próprio Valeixo pediu para deixar o comando da corporação.

O ministro, no entanto, afirmou que não assinou o decreto e que o agora ex-diretor-geral da PF não cogitava deixar o cargo. “Não é absolutamente verdadeiro que Valeixo desejasse sair”. Para o ministro, a substituição do diretor-geral, sem um motivo razoável, afeta a credibilidade não só da PF.

“O grande problema desta troca é que haveria uma violação da garantia que me foi dada quando aceitei o convite para ingressar no governo, a garantia de que eu teria carta branca. Haveria interferência na PF, o que gera um abalo na credibilidade. Minha e do governo. E também na PF, gerando uma desorganização que, a despeito de todos os problemas de corrupção dos governos anteriores, não houve no passado”, disse Moro. 

Moro também destacou que disse ao presidente que não tinha problema nenhum em trocar o diretor-geral da PF, mas que isso deveria ser feito com base em um motivo relacionado ao desempenho do ocupante do cargo. "Eu sempe disse ao presidente  que não tinha nenhum problema em trocar o diretor-geral, mas precisava de uma causa relacionada a uma insuficiência de desempenho, a um erro grave. No entanto, o que eu vi durante todo o período, é que o trabalho é bem feito", avaliou o ministro. 

Moro resssaltou que ontem conversou com o presidente sobre a possibilidade de mudança no comando da PF e que falou sobre impactos negativos relacionados à decisão. "Falei que isto teria um impacto para todos, que seria negativo, mas para evitar uma crise [política] durante uma pandemia, sinalizei: 'presidente: então vamos substituir o Valeixo por alguém que represente a continuidade dos trabalhos'”, contou o ministro, revelando que chegou a sugerir o nome do atual diretor-executivo da PF, Disney Rosseti, que é servidor de carreira da corporação. 

O então ministro disse ainda que o presidente tem preferências por outros nomes. "me disse, mais de uma vez, expressamente, que queria ter [na direção-geral da PF] uma pessoa do contato pessoal dele, para quem ele pudesse ligar, colher informações, que pudesse colher relatórios de inteligência. Este, realmente, não é o papel da PF”, disse Moro.

No Twitter, o presidente Jair Bolsonaro informou que vai se manifestar ainda nesta tarde sobre as mudanças. "Hoje às 17 horas, em coletiva, restabelecerei a verdade sobre a demissão a pedido do Sr. Valeixo, bem como do Sr. Sérgio Moro", escreveu o presidente.

Repercussão
Ontem (23), tão logo surgiram as primeiras informações de que Bolsonaro cogitava substituir Valeixo, entidades de policiais federais se manifestaram. Em nota conjunta, a Associação Nacional dos Delegados de Polícia Federal (ADPF) e a Federação Nacional dos Delegados de Polícia Federal (Fenadepol) afirmaram que as recorrentes trocas no comando da corporação afetam sua estabilidade e credibilidade.

*Matéria alterada às 16h10 do dia 24 para acréscimo de informação. 
 

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