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Ibope se manifesta sobre erro em pesquisas no PR

O instituto Ibope Inteligência Pesquisa e Consultoria LTDA se pronunciou oficialmente na noite de ontem, em entrevista à TV Esplanada/RPC, sobre as ‘divergências’ entre as pesquisas sobre intenção de voto que divulgou e os resultados das eleições nas principais cidades do Paraná, incluindo a capital Curitiba. Em Ponta Grossa, o candidato apontado como o mais prejudicado pelos resultados apresentados na noite que antecedeu o pleito é o empresário Márcio Pauliki (PDT). Apesar de ter garantido 30% dos votos válidos, Pauliki aparecia na última pesquisa Ibope com 22% das intenções de voto, ficando o resultado, inclusive, fora da margem de erro do instituto, que é de 4% para mais ou para menos.

O resultado nas urnas também foi diferente entre o que apresentou o Ibope em suas pesquisas na capital Curitiba. Enquanto a pesquisa mais recente apontava Ratinho Júnior (PSC) com 39%, seguido de Luciano Ducci (PSB) com 28% e de Gustavo Fruet (PDT) com 21%, a votação nas urnas levou para o segundo turno Fruet com 27,22% dos votos válidos e Ratinho, com 34,09% dos votos. Diferenças semelhantes foram observadas em relação à eleição municipal em Maringá, Londrina e Foz do Iguaçu.

Diretor do instituto Paraná Pesquisas e consultor na área, Murilo Hidalgo declarou em entrevista ao DC, ontem, que apesar das diferenças entre as pesquisas do Ibope e os resultados verificados nas urnas, não se pode considerar que o instituto agiu de forma venal ou que as sondagens teriam sido ‘encomendadas’. “Houve um erro na pesquisa do Ibope, mas dizer que foi para beneficiar esse ou aquele, eu diria que em hipótese alguma. Agora, sem dúvida, a pesquisa, ao meu ver, tirou o Pauliki [Márcio Pauliki/PDT] e prejudicou o Marcelo [Marcelo Rangel/PPS]. O grande beneficiado com o erro do Ibope foi o Péricles [Péricles de Mello/PT] pelo resultado final da pesquisa. O resultado ajudou o Péricles e prejudicou o Pauliki e o Marcelo”, analisa.

Ainda ontem, em entrevista à imprensa, Márcio Pauliki (PDT) atacou a empresa que contratou a pesquisa Ibope divulgada no sábado e também voltou a enfatizar a diferença entre os resultados do instituto e das pesquisas que a coligação vinha realizando. Pauliki expõe que enquanto o Ibope o colocava atrás de Péricles e Marcelo, as pesquisas internas mostravam que ele possuía cerca de 40% das intenções de voto. “Se não fomos para o segundo turno, não foi por um erro nosso”, frisou.

Em entrevista concedida à RPC na noite de ontem, a diretora executiva de atendimento e planejamento do Ibope, Márcia Cavallari, ponderou que as pesquisas para eleições municipais são as mais “difíceis” porque as intenções de voto são “muito voláteis”. “Elas mostram uma tendência que acaba mudando de uma hora para outra. De um intervalo de confiança de 95%, você tem 5% que pode ficar de fora. Então, tem muitas razões”, justificou.

A diretora do instituto também emendou que as pessoas e candidatos depositariam excessiva confiança nas pesquisas. “A pesquisa não é uma coisa infalível. Ela não dita a verdade, ela não dá a última palavra. Se ela tivesse esse poder de influência conforme alguns candidatos costumam dizer, não teriam as viradas. Não teriam dado essas diferenças que ocorreram no Paraná. Então, eu acho que o eleitor tem esse poder absoluto de dizer quem é que vai ganhar ou quem é que vai para o segundo turno”, concluiu.

 

Consultor chama a atenção

para postura de candidatos

 

Diretor do instituto Paraná Pesquisas, Murilo Hidalgo adverte, no entanto, que os políticos devem estar atentos às suas manifestações em relação ao Ibope. “Esses mesmos políticos que hoje agridem o Ibope ou se vangloriam do Ibope, eles têm que ter uma certa cautela. Por exemplo, sábado, agora, provavelmente vai sair o primeiro Ibope, ou na segunda-feira da semana que vem, e o que estiver na frente vai manchetear o resultado. Então, eles têm que ter respeito: hoje estão falando mal, amanhã, ele está se favorecendo. As pessoas precisam ter uma certa cautela porque existem erros. Existem erros na campanha, eles erram ou eles acertam. Mas, nada é infalível”, manifesta.

Para Hidalgo, a experiência do Ibope no Paraná pode ser creditada a um “erro técnico”. “Eu acredito que foi um erro humano, jamais um erro com dolo. E acredito que no segundo turno o Ibope vai reparar isso. Não acho que há uma crise dos institutos de pesquisa ou que os instituto de pesquisa têm que rever suas metodologias. A maioria das empresas de pesquisa acertou os resultados e são confiáveis”, frisa. “Outro grande problema, que precisa mudar a legislação. A pesquisa precisa ser proibida, não a divulgação, mas, o uso dela como instrumento de marketing. A pesquisa jamais deveria entrar no horário eleitoral gratuito”, opina.

 

Instituto trabalha com

empresas parceiras

Há indicativo de que o Ibope tenha terceirizado a realização de pesquisas no Paraná. Exemplo disso pode ser verificado junto ao modelo de questionário anexado ao registro da pesquisa 98/2012, sobre intenções de voto em Ponta Grossa, em que é mencionada a parceria com outras empresas: “Aqui encerra a entrevista, como falei meu nome é … sou entrevistador (a) da empresa [diga o nome da empresa a qual você trabalha], parceira do IBOPE Inteligência, […]. Caso tenha alguma dúvida sobre a nossa pesquisa você poderá falar com [diga o telefone da empresa ao qual você trabalha]. Ou, se preferir, pode entrar em contato diretamente com o Ibope Inteligência […]”.

 

 

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