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“Fizemos mais com menos”, diz reitor da UEPG

Para Luciano Vargas, apesar de dificuldades e limitações orçamentárias, UEPG conseguiu contornar problemas da crise e pretende concluir mais obras em 2017

 

Arquivo DC
“Temos desafios enormes para superar as dificuldades do momento e para isso será necessário certa dose de austeridade”

 

 

O reitor da Universidade Estadual de Ponta Grossa (UEPG), Luciano Vargas, afirma que a instituição de ensino não escapou de um ano como 2016, em que a crise se instaurou, mas faz uma análise positiva e diz que o saldo é positivo e projeta conclusão de investimentos para 2017.

Em entrevista concedida ao Diário dos Campos, o reitor afirma que a UEPG conseguiu contornar a crise lançando mão da criatividade, cortando gastos e relata que a universidade terminou o ano com saldo positivo.

Luciano Vargas ainda revela que o limite de gastos imposto pelo governo federal traz consigo ‘previsões sombrias’ para a educação, e que exigirá austeridade para administrar a universidade. Para os próximos meses, o reitor da UEPG tem a previsão de conclusão de obras importantes, como o centro de convenções. Confira a seguir trechos da entrevista:

Diário dos Campos – Que balanço pode ser feito do ano 2016 para a Universidade Estadual de Ponta Grossa?

Luciano Vargas – O ano de 2016 será um ano a ser lembrado pelos brasileiros sob vários aspectos, e não foi muito diferente para a UEPG, pois enfrentamos crises institucionais e sofremos os reflexos das crises nos governos federal e estadual. Mesmo assim, com todas as dificuldades conseguimos terminar o ano com um saldo positivo nas nossas atividades de ensino de graduação e pós, na extensão e pesquisa e na nossa inserção local e regional. Fizemos mais com menos. Na crise, nos superamos e fomos criativos.

DC – De que forma a representatividade política de Ponta Grossa tem colaborado com o desenvolvimento da Instituição, nos âmbitos estadual e federal?

Luciano – No Governo Federal, a crise econômica e política provocou na UEPG atrasos nas obras que contam com recursos federais desde agosto de 2014. Somente agora em 2016 que conseguimos com a ajuda dos deputados federais Sandro Alex (PSD) e Aliel Machado (Rede) liberar recursos financeiros para dar continuidade a obras que estavam praticamente paralisadas. No âmbito do governo estadual temos tido o incondicional apoio do nosso Secretário de Ciência, Tecnologia e Ensino Superior, o professor João Carlos Gomes, assim como outros secretários do Governo Richa que tem colaborado para que superemos nossas dificuldades, como por exemplo o Secretário Michele Caputo, da Saúde. Nossos deputados estaduais também intervem a nosso favor quando é necessário. A crise federal afetou sobremaneira nossos programas de pós-graduação e de bolsas de iniciação científica, de apoio a docência e de outros projetos.

DC – Neste ano vimos, uma vez mais, os jovens realizando manifestações. A UEPG não fugiu disso. Que avaliação você faz da forma como esses protestos têm sido feitos, e qual tem sido o resultado das manifestações, em sua opinião?

Luciano – As sociedades sempre melhoram quando a população procura expressar suas opiniões e a experiência nos ensina que a juventude é parte importante para que mudanças ocorram. As manifestações deste ano já produziram algumas mudanças para melhor, mas ainda há muito o que fazer. As últimas decisões, tanto do poder executivo, como legislativo quanto judiciário agradaram e desagradaram parcelas significativas da sociedade brasileira. É muito provável que ocorrerão manifestações nos anos vindouros, principalmente na cobrança de mudanças estruturais que tanto o Brasil precisa. Os gestores da coisa pública terão de aprender a lidar com esse tipo de cobrança, e nós aqui na UEPG não estaremos isentos disso.

DC – Tivemos o anúncio de limite de investimentos para a Educação. Foi uma das medidas adotadas pelo presidente Temer. Qual será a consequência disso a curto, médio e longo prazo? Como driblar as dificuldades causadas por esse congelamento de recursos?

Luciano – As previsões são sempre muito sombrias. Se olharmos para trás podemos ver que muitos dos prognósticos pessimistas feitos em décadas passadas acabaram atenuados pelas ações humanas. Temos desafios enormes para superar as dificuldades do momento e para isso será necessário certa dose de austeridade e é com esse pensamento que vamos administrar a UEPG nesses dois anos que faltam para encerrar nossa gestão.

DC – Que ações a UEPG vem tomando, rotineiramente, para evitar desperdícios e garantir que os recursos disponíveis são suficientes para o bom andamento de suas atividades?

Luciano – Com as crescentes restrições orçamentárias impostas pelo Governo Estadual e Federal, nós precisamos aumentar a captação de recursos de outras fontes, em especial os recursos próprios, além reduzir despesas de custeio. Um exemplo de otimização será a paulatina troca de lâmpadas fluorescentes por tipo LED, com vistas a reduzir o consumo de energia e melhorar a qualidade da iluminação. Em 2017, implantaremos também um sistema de protocolo totalmente online cedido  pela Justiça Federal, o que eliminará totalmente o uso de papéis no trâmite de processos. Teremos de ser mais criativos do que nunca.

DC – Há cerca de quatro anos, a UEPG era um verdadeiro canteiro de obras. De lá pra cá, o que foi concluído e o que ainda está em fase de realização?

Luciano – Nesses últimos três anos conseguimos recuperar o atraso e entregar várias reformas, melhorias e ampliações em quase todos os blocos. Laboratórios foram modernizados com obras e equipamentos. Investimos recursos do Fundo Paraná, via SETI, na ordem de mais de R$ 16 milhões. Trouxemos o Curso de Zootecnia de Castro para o Campus de Uvaranas para um novo e moderno bloco didático. Recuperamos a estrutura de atendimento odontológico no CRUTAC em Itaiacoca. Praticamente dobramos a capacidade de atendimento do Hospital Universitário. Assumimos todo atendimento às gestantes do sistema SUS da região. No primeiro semestre terminamos a nossa biblioteca, um novo bloco na Casa do Estudante, o Núcleo de Práticas Jurídicas, a ampliação dos Laboratórios de Física, de Engenharia Civil, de Educação Física e de outros cursos. Com a liberação pelo FNDE ainda em janeiro daremos continuidade ao Centro de convenções em construção ao lado do Cine Teatro Pax.

DC – Os cortes de investimentos do governo prejudicaram a instituição de alguma forma, especialmente nos últimos dois anos?

Luciano – Sim, a restrição de recursos tem provocado o envelhecimento de nossa estrutura de ensino, de pesquisa e administrativa com reflexos negativos para todas as nossas atividades. Estamos deixando de realizar as manutenções necessárias nos nossos prédios, na infraestrutura viária, de rede de dados e elétrica, assim como em nossos equipamentos de modo geral. Estamos trabalhando minimamente para manter as atividades consideradas essenciais.

DC – Quais conquistas pessoais e profissionais você espera alcançar em 2017, e quais espera conseguir para a UEPG?

Luciano – Pessoalmente e profissionalmente já cheguei no topo de minha carreira e pretendo me manter atualizado para dar conta de minhas obrigações em sala de aula e na extensão onde exerço minhas funções como professor. Para a UEPG, espero poder contribuir politicamente para conquistarmos nossa tão sonhada autonomia de fato e de direito.

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