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Estaduais colocam Paraná em quinto lugar na produção de pesquisa

A produção acadêmica das sete universidades pertencentes ao governo estadual é um dos pilares para o Paraná estar entre os estados brasileiros que mais produzem ciência e inovação, colaborando para elevar a produção científica do país. Levantamento realizado neste mês de maio, junto às sete universidades estaduais, demonstrou que nos últimos dois anos foram concluídas 5.735 dissertações de mestrados e teses de doutorados.

A produção é considerada robusta, fruto da pesquisa realizada nos programas de pós-graduação oferecidos pelas Instituições. O levantamento também apontou a existência de 198 mestrados e 92 doutorados oferecidos nas várias áreas do conhecimento.

O impacto desta produção acadêmica foi evidenciado em detalhes no último relatório “Research in Brazil”, produzido pela equipe de analistas da Clarivate Analytics para a Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (CAPES), em 2016, e que colocou o Paraná na quinta posição brasileira do setor, atrás apenas de São Paulo, Rio de Janeiro, Minas Gerais e Rio Grande do Sul.

O superintendente de Ensino Superior, Ciência e Tecnologia, Aldo Bona, afirma que o sistema estadual tem papel destacado no resultado obtido pelo estado do Paraná. “Importante considerar que grande parte da produção científica nacional ocorre nos Programas de Pós-graduação. No caso do Paraná, o sistema estadual responde por mais de 60% de toda a produção Strictu sensu, com foco no interior do estado. Por conta disso os resultados de produção acadêmica destes programas contribuíram e muito para elevar os índices obtidos pelo estado”, afirma.

Censo de ensino

O documento apontou que a pesquisa nacional teve forte impulso nas últimas três décadas, a partir de metas de investimento em pesquisa, em inglês Gross Domestic Expenditure on Research and Development (GERD). O Brasil é hoje o 13º maior produtor de publicações de pesquisa (papers), com destaque para áreas como meio ambiente, psiquiatria, psicologia e matemática.

No Paraná, o número de estudantes matriculados nas sete instituições estaduais de ensino superior espelha esta realidade. O Censo do Ensino Superior 2018, divulgado pela Superintendência de Ensino Superior, Ciência e Tecnologia, demonstrou que o sistema abriga 75.606 estudantes de graduação, em 388 cursos distribuídos em todas as regiões, capital e interior paranaenses. Os mais de 190 mestrados disponíveis somam 7058 pesquisadores enquanto os mais de 90 doutorados reúnem 2.927 matriculados.

Editais

Outros dados que corroboram para dar uma dimensão da infraestrutura do sistema estão no Mapa de Investimentos do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq), ligado ao Ministério da Ciência, Tecnologia, Inovações e Comunicações. Os dados demonstram que o Paraná tem grande participação nos editais de financiamento de pesquisas científicas e tecnológicas nas diversas áreas do conhecimento, apoiando a concessão de bolsas, a publicação de artigos científicos e no fomento a grupos de pesquisa.

De acordo com o mapa, o CNPq dá apoio a 18 periódicos científicos, que representam 9,18% do total concedido em todo o país. O Paraná soma ainda 1.744 Bolsas de Iniciação Científica (6,04%) e outras 377 de Iniciação Tecnológica e Industrial, 10,89% do total de incentivos concedidos em todo o país e outras 951 Bolsas Produtividade em Pesquisa Tecnológica, que representam 6,09% do total nacional.

O apoio a revistas científicas representa a disseminação da produção acadêmica em revistas especializadas, de alto nível para a comunidade científica internacional. Publicações do gênero só são possíveis quando há um grupo institucionalizado, bem avaliado pelos órgãos de fomento.

Apoio a projetos

Outro dado disponível no mapa está relacionado ao apoio a projetos de pesquisas que beneficia diretamente 741 pesquisadores, correspondendo a 6,6% do total de benefícios concedidos em todo o país. Este número reflete o volume de projetos de relevância nacional, devidamente certificados pelo CNPq, a partir da qualidade e do impacto social e econômico. Os recursos servem para equipar laboratórios de alta complexidade, compra de material bibliográfico e para participação de estudantes e professores em congressos e eventos científicos.

O Mapa do CNPq ainda demonstra que o Paraná aparece com destaque na concessão de bolsas de estudos para as diversas categorias de pesquisadores. As bolsas de Iniciação Científica beneficiam 1.700 estudantes de graduação, alavancando a formação de mão de obra qualificada, que posteriormente poderá ser aproveitada nos programas de pós-graduação.

Outro destaque são as 951 bolsas de Produtividade em Pesquisa e Tecnologia que atendem pesquisadores de excelência, de nível internacional. São professores que em geral lideram grupos de pesquisa e Programas de Pós-graduação nas Universidades Paranaenses e que chegaram ao topo da carreira, alimentando a cadeia de pesquisa científica e de inovação com alta produtividade, inclusive com publicações nas principais revistas especializadas ao redor do mundo.

Geração de riqueza

De acordo com o superintendente de Ciência, Tecnologia e Ensino Superior, o desafio atual proposto às universidades é buscar a transformação deste conhecimento produzido em geração de riqueza e de renda para as próprias Instituições, ou seja, fazer com que este ativo resulte em patentes e produtos, e como tal, fomente a captação de recursos para os Laboratórios e para as próprias Instituições. Outro desafio é fazer com que este conhecimento contribua diretamente para as regiões onde as Instituições estão inseridas.

“Uma das ações que estamos estruturando é no sentido de fazer com que os programas e projetos apoiados pelo Conselho Estadual de Ciência e Tecnologia tenham como critério de concessão a avaliação da inserção regional da proposta e do nível de parceria que o laboratório ou grupo de pesquisa tem com o estado, considerando outras Universidades e o setor produtivo”, afirma Aldo Bona.

No que diz respeito aos royalties, Bona defende a criação de uma ampla estrutura de precificação do trabalho acadêmico para que possa haver a inserção de produtos no mercado, contribuindo com os pesquisadores, com as Universidades e promovendo a integração das Instituições de Ensino. “Temos que encontrar estratégias para que todos os pesquisadores possam continuar colaborando para o desenvolvimento, porém focando na captação de recursos para as próprias instituições de pesquisa e na resolução das questões regionais que promovam o desenvolvimento”.

Fundação Araucária destinou quase R$ 70 milhões a bolsas, projetos e programas

Nos últimos 24 meses a Fundação Araucária investiu um total de R$ 69,98 milhões nos editais que fomentam a pesquisa nas Universidades e Institutos paranaenses, totalizando aproximadamente 6 mil bolsas de estudos em 327 projetos e programas. Na avaliação do diretor científico Luiz Márcio Spinosa, os recursos foram fundamentais para apoiar o ensino, a pesquisa e a extensão no sistema estadual. Segundo ele, a Fundação Araucária é a quinta maior instituição estadual de fomento e apoio à pesquisa no País.

“Sem esses recursos receio que a verticalização do ensino superior, a produção técnica, científica e a disseminação do conhecimento estariam seriamente comprometidos. Cabe lembrar que nossos editais, além de permitirem financiar estas atividades, possibilitam, ao mesmo tempo, captar recursos da esfera federal e de empresas privadas”, comenta o diretor.

Ele acredita que as pesquisas produzem o principal insumo na economia regional, que é o conhecimento. “Neste sentido o Paraná tem uma situação que o diferencia de outros Estados. Temos um sistema consolidado e bem distribuído, favorecendo o desenvolvimento. A atual gestão do Governo percebeu este cenário e fez a opção estratégica de promover o Estado por meio da inovação que passou a ser um dos principais pilares para nosso desenvolvimento nos próximos anos. O resultado esperado é maior geração de riqueza, emprego e renda, e maior qualidade de vida.”

Por outro lado, o diretor científico afirma que se faz necessário maior mobilização e integração dos ativos e atores que compõem o sistema para intensificar a produção de ciência, tecnologia, conhecimento e capacitação ainda mais alinhados com as demandas locais de desenvolvimento socioeconômico. Ele adiantou que a Fundação Araucária vem trabalhando um novo modelo de apoio e fomento para as pesquisas, batizado como Novos Arranjos de Pesquisa e Inovação (NAPIs).

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