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CPI aponta problemas em hospitais de PG

Maior número de irregularidades foi identificado nos Hospitais Municipal e Regional; documentos levantados pela comissão poderiam gerar até interdição de unidade

 

Divulgação
Deputado Marcelo Rangel, relator da CPI, confirma problemas nos hospitais de Ponta Grossa

 

 

O relatório final da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) dos Leitos do Sistema Único de Saúde confirmou uma série de problemas no setor da saúde em Ponta Grossa. Os problemas mais graves foram encontrados no Hospital Municipal e também no Hospital Regional. As informações foram repassadas pelo deputado estadual Marcelo Rangel, relator da comissão presidida pelo deputado Leonaldo Paranhos. O relatório de 10 mil páginas e quase 100 gigabytes, com vídeos, áudios, fotos em documentos digitalizados, foi apresentado ontem na Assembleia Legislativa do Paraná.

Foram feitos diagnósticos de cada um dos 32 hospitais vistoriados, de cada cidade e de cada regional de saúde visitada pelos deputados no decorrer das investigações que aconteceram entre abril e até este mês de outubro. “Em Ponta Grossa foram encontrados várias irregularidades até mesmo apontadas pelo Conselho Regional de Medicina (CRM) no Hospital Municipal que são gravíssimas e que poderiam até gerar uma interdição. Temos também a situação do Hospital Regional, que teve um grande investimento e tem ainda pouco atendimento. É um hospital que para dizer a verdade ainda não foi inaugurado”, destaca o deputado Marcelo Rangel.

Ao citar outros problemas encontrados na cidade, o relator ainda aponta a falta de leitos de UTI, a questão dos médicos de empresas terceirizadas não cumprirem carga horária, casos de erros médicos, além da central de regulação de leitos atuando apenas para o agendamento de consultas e ainda com influências externas, incluindo do município.

No caso específico do Hospital Municipal, existem questões a serem resolvidas como a superlotação e falta de estrutura. “Não foi pedida a interdição porque é uma questão muito complicada, mas é uma unidade com graves problemas apontados pela vigilância sanitária e pelo CRM. Tem intimações que não foram cumpridas. Além disso, durante as visitas verificamos que nem papel higiênico nos banheiros públicos, paredes com manchas de sangue e nem maca tinha para retirar pacientes da ambulância”.

Já no caso do Hospital Regional, o deputado relata a situação de uma unidade com grande estrutura e pouco atendimento. “Se trata de uma inauguração prematura da unidade e acaba sendo um dos pontos mais graves do Paraná. É um hospital novo e que até agora não está pronto. Nos dados repassados para a CPI só o custo de manutenção mensal chega R$ 1,3 milhão para uma média de 16 pacientes atendimentos por mês”, destaca.

Rangel ainda salienta erros de projetos, que inclusive alguns foram realizados pelo município em uma obra estadual constatando assim mais uma irregularidade. “Podemos dizer que na prática, para falar a verdade, o hospital ainda não foi inaugurado e reforço que são muitos os problemas e todos com provas e documentos”, analisa.

 

Hospital da criança

Sobre o Hospital da Criança, a CPI apontou que existe uma subutilização de sua estrutura. De acordo com os relatos do deputado Marcelo Rangel seria um total de 130 leitos na unidade com uma taxa de ocupação muito baixa. E um dos principais fatores para essa situação seria a falta de atendimento especializado, já que o hospital não contaria, por exemplo, com neurologista, cardiologista, nefrologista e ortopedista.

 

Secretários ainda irão se manifestar

Os secretários municipal e de Estado da Saúde, Edson Alves e Michele Caputo Neto, respectivamente, confirmaram através de suas assessorias de imprensa que só devem ser manifestar oficialmente sobre o relatório nos próximos dias.

No casa da Prefeitura de Ponta Grossa, o município ainda não recebeu a documentação e no do Estado, com a realização da Conferência Estadual de Saúde, o secretário ainda não teve condições de analisar a documentação já recebida. O material também foi entregue para o ministro Alexandre Padilha. Ainda será levado para os municípios e encaminhado ao Ministério Público (estadual e federal), Tribunais de Contas (do estado e da União) e ainda terá acesso livre para a imprensa e para a comunidade no site da Assembleia (www.alep.pr.gov.br).

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