Depois de dois recordes seguidos da Bolsa de Valores brasileira, que na última terça-feira (12 de setembro) ultrapassou o patamar histórico atingido na segunda (11), essa modalidade de investimento voltou ao destaque. O Ibovespa, que reúne as ações mais negociadas, atingiu 74.538 pontos crescendo 0,30% nesta terça.
Assim, surge a pergunta: chegou a hora de investir nessa linha de investimento? A resposta não é tão simples, mas sempre alerto que essa linha é de grande risco e necessita de conhecimentos aprofundado, pois não é para amadores.
O que são ações?
Vamos mais a fundo sobre o tema. O primeiro ponto que se deve entender é que ao investir na bolsa de valores se compra ações e comprar significa adquirir a parte de uma empresa que possui capital aberto, se tornando um de seus sócios.
Dentre os tipos de ações, há as preferenciais (PN), com as quais o investidor tem preferência no pagamento da parcela do lucro, e as ordinárias (ON), que dão direito de voto ao acionista, porém tem menor peso na hora da distribuição dos lucros. Como depende da saúde de uma empresa, é um investimento de alto de risco, sendo mais indicado para sonhos de longo prazo.
Prós e contras
Um dos pontos positivos é que se trata de um investimento de renda variável, que tende a gerar maior rentabilidade. Com sua popularização, perdeu grande parte de seus mistérios e isso é ótimo, pois agora é possível encontrar muitas informações antes de começar a aplicar dinheiro. É possível investir nas ações de mais de uma empresa e com diferentes tipos de liquidez.
Contudo, ao mesmo tempo em que permite um rendimento maior, a renda variável deixa o investidor sujeito a maiores riscos e perdas, especialmente caso precise vender as ações em baixa. Portanto, é preciso ter consciência de que o mercado financeiro é instável e pode mudar a qualquer momento.
Outro ponto importante é que há custos de corretagem para cada operação realizada, que variam de corretora para corretora, taxa de custódia e taxa de emolumentos. Além disso, há incidência de Imposto de Renda: uma pequena parte (0,005%) é retida na fonte e o restante (14,995%), sobre os ganhos líquidos na venda ou liquidação da ação, que deve ser recolhido mensalmente pelo investidor. Quem vende até R$ 20 mil por mês no mercado a vista está isento do IR.
Hora de investir?
Para responder a essa pergunta, é importante analisar dois pontos. O primeiro é em relação a rentabilidade, e podemos afirmar que depois de um longo período de crise, chega a hora de voltar a olhar para seus investimentos, pois, se a economia cresce, as empresas crescem e as ações se valorizam.
Assim, pode ser interessante buscar mais conhecimentos sobre o tema. Mas, o mais importante antes de decidir é aprender a investir, lembrando que isso não significa apenas colocar o dinheiro na linha da moda.
Sempre recomendo diversificar aonde se coloca o dinheiro, ou seja, o mais importante é diversificar os investimentos, escolhendo os mais adequados para os objetivos e sonhos de curto, médio e longo prazo.
As ações são interessantes para quem conhece muito esse tema, ou para o dinheiro que será investido nos sonhos de longo prazo, que são aqueles que a maioria das pessoas acredita que não irá realizar, por representar algo muito distante. O tempo destes sonhos é acima de dez anos, o que faz com que muitos desanimem antes mesmo de começar. Nesses casos é interessante investir em ações, mas também recomendo o tesouro direto e previdência privada.
Para entrar nesse mundo é preciso lembrar que existem altos riscos, tendo sempre que buscar conhecimentos ou então especialistas, mas mesmo assim acompanhando sempre de perto, para ter a certeza que seu dinheiro está sendo cuidado adequadamente. Evite direcionar mais do que 20% do patrimônio investido nesta linha específica. Assim feito, é contar com a inteligência e com a sorte.
Fonte: Reinaldo Domingos é Doutor em Educação Financeira, presidente da Associação Brasileira de Educadores Financeiros (Abefin www.abefin.org.br) e da DSOP Educação Financeira (www.dsop.com.br). Está a frente do canal Dinheiro à Vista, é colunista do InfoMoney e da Rádio Bandeirantes. Autor de diversos livros sobre o tema, como o best-seller Terapia Financeira.