em

Aline Sleutjes sobre PL das Fake News: “cuidado para não aprovar uma lei da mordaça”

Em entrevista por videoconferência ao Diário dos Campos nesta sexta-feira (26), a deputada federal Aline Sleutjes (PSL), representante de Castro e região dos Campos Gerais na Câmara Federal, falou sobre como a crise do setor leiteiro no país e como vem trabalhando para encontrar soluções para  os problemas. Aline coordena um grupo criado pela Frente Parlamentar da Agropecuária (FPA) para tratar do assunto.
Na conversa com o DC, Aline também opinou sobre o Projeto de Lei das Fake News, que tramita no Congresso e destacou a organização de seu grupo político para lançar candidato ao Executivo de Castro nas eleições deste ano, voltando a descartar sua candidatura. Aline, que e vice-líder do governo Bolsonaro na Câmara, comentou ainda sobre a quebra de sigilo bancária que foi submetida, pelo Supremo Tribunal Federal (STF), junto com outros dez parlamentares da base governista, em investigação no inquérito das fake news. Aline ainda comentou sobre a formação do Aliança pelo Brasil, partido idealizado por Bolsonaro; sua permanência, pelo menos por enquanto, no PSL.  Confira trechos da entrevista:

1 – Crise no setor leiteiro 
No que consiste a crise no setor leiteiro e o que tem sido feito, politicamente, para incentivar o segmento?

O setor leiteiro foi impactado diretamente pelo novo coronavírus. Como escolas e instituições paralisaram as atividades, aliado à queda no consumo com o fechamento de restaurantes, mercearias, a demanda por leite e derivados caiu muito e o impacto foi grande, principalmente nas pequenas cooperativas que acumularam seus produtos. Isso ocasionou queda no preço e grande dificuldade para os produtores, que não podem interromper a ordenha, tendo ou não para onde vender. Tivemos um momento muito crítico, mas governo federal, com o Ministério da Agricultura, agiu rápido, encaminhando bastante recursos para compra destes produtos, e agora a cadeia está começando a se reestruturar e os estoques começam a diminuir. 
Tenho feito trabalho forte junto à subcomissão do leite – na frente parlamentar do Agronegócio –  para tratar do tema, já que a produção de leite está presente em 99% dos municípios do Brasil. A partir da semana que vem teremos audiências públicas e em cada semana ouviremos um segmento da cadeia, incluindo produtores, cooperativas e laticínios, além do governo, para discutirmos políticas públicas do leite, tentando encontrar um plano de estrutura e incentivo do leite no Brasil. 

2 – Cenário de produção regional 
Como está o cenário da produção leiteira na região e a discussão de medidas?

Os Campos Gerais são referência na produção e qualidade; as cooperativas exercem trabalho muito forte de organização e distribuição de informações, e também de qualificação dos produtores. Castro tem, inclusive, título de capital nacional do leite. As pautas das cooperativas já foram entregues para mim e serão discutidas nas audiências. 

3 – Incerteza quanto ao PL das Fake News 
Qual sua posição frente ao projeto das Fake News, em tramitação no Senado?

Este é um tema muito delicado, especialmente no momento em que o Brasil passa dificuldades de compreensão do que pode ou não publicar nas redes sociais. É preciso zelo porque fake news podem destruir anos de um trabalho. Mas, o projeto que tramita no Senado tem muitos problemas e acredito que terão muitas modificações e até rejeição do tema. Já temos como criminalizar quem usa as redes para prejudicar alguém. Vejo que precisamos ter cuidado para não aprovar uma lei da mordaça, em que não se tenha mais direito de se expressar, de questionar e participar ativamente da vida politica do país.   
Hoje, por exemplo, eu estou passando por um processo de investigação por ser suposta apoiadora de manifestos antidemocráticos. Mas eu pergunto:  o que é ser antidemocrático? É ir com a camiseta do Brasil em frente ao Planalto e dizer que apoio este governo ou é como aquele pessoal de Curitiba ou São Paulo, que foram às ruas destruir tudo? Há uma inversão de valores e o julgamento mais ideológico-partidário que jurídico me preocupa. 

4 – Aline é alvo de investigações do STF
Hoje a senhora tem um processo de investigação sobre financiamento de atos antidemocráticos com uso de cota parlamentar. Como está o processo?

Sobre o financiamento de ações antidemocráticas, os meus advogados estão há uma semana tentando ter acesso ao processo para saber do que se trata, o que poderiam estar investigando em relação ao meu nome. Ontem [na quinta-feira, 25], conseguimos ter acesso ao material. E o que existe de fato nesta investigação seria uma nota fiscal de R$ 10 mil para marketing. Esta nota, no entanto, se refere à empresa que eu contratei para fazer a divulgação dos meus trabalhos nas minhas redes sociais, algo que é constitucional e legal. Estou tranquila, mas decepcionada com a forma como tudo vem sendo feito. Jamais financiei manifestação antidemocrática. Fiquei um mês com esta empresa, não me adaptei e acabei cancelando o contrato. Não tenho nada irregular e nada a esconder. 

5 – Ligação com marketeiro investigado 
Um dos principais investigados é o marketeiro do Aliança pelo Brasil, partido que Bolsonaro quer criar. Qual sua relação com o marketeiro [Sergio Lima]?

O Sergio é proprietário de uma empresa que presta serviço para deputados e empresas. O conheço, conversei várias vezes com ele e sobre a divulgação do meu trabalho. Jamais solicitei ao Serginho ou outro membro de sua equipe que fizesse qualquer ato ilícito. O que solicitei para a empresa foi trabalho de marketing.

6 – Eleições municipais em Castro 
Este ano teremos eleições municipais. Qual a indicação do seu grupo para a prefeitura de Castro?

Em Castro temos vários grupos políticos e sempre fui do grupo independente: fui vereadora, candidata a prefeita, candidata a vice-prefeita e a deputada estadual, até ser eleita deputada federal. Existe a possibilidade de junção de vários grupos políticos para lançar um nome só. Esta conversa ainda está sendo costurada, acredito que na próxima semana teremos reunião para definir um nome. Deixei claro que não sou candidata a prefeita: atendo 104 municípios e já viabilizei R$ 7 milhões para o Paraná, assim, ajudo mais em Brasília do que como prefeita de uma cidade só. Entre os principais nomes para a prefeitura temos o próprio prefeito Moacyr Elias Fadel Junior, que se coloca como candidato a reeleição. E, deste grupo temos a vereadora Maria de Fátima, o ex-vereador Flavinho, o ex-vice-prefeito Marcos Bertolini, o vereador Rafael Rabbers, o ex-vereador Regis Moreno. O que ainda não temos é unanimidade para um único nome para que o grupo possa se unir. 

Confira a entrevista completa aqui.

 

Participe do grupo e receba as principais notícias da sua região na palma da sua mão.

Entre no grupo Ao entrar você está ciente e de acordo com os termos de uso e privacidade do WhatsApp.