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9º Ciclo de Conscientização reúne produtores de tabaco em Guamiranga

Cerca de 400 pessoas participaram do 9º Ciclo de Conscientização sobre saúde e segurança do produtor e proteção da criança e do adolescente, nesta terça-feira, em Guamiranga. Promovido pelo Sindicato Interestadual da Indústria do Tabaco (SindiTabaco) e empresas associadas, com o apoio da Associação dos Fumicultores do Brasil (Afubra), o 9º Ciclo reuniu produtores de tabaco, autoridades, representantes de empresas e de entidades ligadas à agricultura na Paróquia Menino Jesus.

O presidente do SindiTabaco, Iro Schünke, abriu o evento enfatizando a relevância dos temas para a vida dos produtores e de seus filhos. “Estamos na nona edição do Ciclo e já realizamos mais de 50 eventos em municípios produtores de tabaco, reunindo um público superior a 20 mil pessoas. A conscientização tem sido o objetivo destes encontros e ela é benéfica por diversas razões. Oportunizar educação aos filhos e preservar a saúde e a segurança dos produtores estão entre nossas prioridades, assim como preservar o nosso negócio, uma vez que cada vez mais o mercado internacional tem preferido produtos que observem aspectos relacionados à produção sustentável”, afirmou.

Os seminários atendem aos acordos firmados perante o MPT-RS e MPT-Brasília. A Afubra, que também é signatária do acordo, esteve representada pelo diretor para Assuntos Ambientais, Adalberto Huve.“A Afubra está engajada nesta campanha e certamente será um dia muito proveitoso para todos os produtores”, reiterou Huve.

Atualmente, Guamiranga conta com quase 800 produtores de tabaco e uma safra anual que gira em torno de 5 mil toneladas. Segundo o palestrante sobre proteção da criança e do adolescente, Dr. Veloir Dirceu Fürst, o tabaco está interligado à história dos produtores e o trabalho está ligado a uma questão cultural. “O tabaco se tornou, em função da sua cadeia produtiva organizada, uma atividade altamente lucrativa. As famílias àquela época eram numerosas e se buscou uma atividade econômica que gerasse renda e permitisse utilizar a mão de obra da família, considerando que não havia uma restrição nesse sentido. Mas esse cenário mudou quando o Brasil regulamentou por meio do decreto 6481/2008 duas convenções internacionais, seguindo a recomendação da Organização Internacional do Trabalho (OIT) e colocando o tabaco na lista de formas de trabalho proibidas para menores de 18 anos”, explicou Fürst, que é advogado e procurador do Trabalho jubilado pela Procuradoria do Trabalho de Santo Ângelo/RS (MPT/PRT 4ª Região).

O trabalho infantil se caracteriza ao utilizar crianças ou adolescentes para substituir a mão de obra adulta necessária. “É preciso diferenciar trabalho infantil de convivência familiar. Se a criança apenas acompanha os pais e ajuda em pequenas e esporádicas atividades, não caracteriza trabalho infantil. Muitos pais costumam argumentar dizendo que o filho precisa aprender. Se os pais ensinam a atividade, não é trabalho infantil; mas se o trabalho da criança ou adolescente é necessário sempre, privando-a de educação ou de momentos de lazer; isso se caracteriza exploração de mão de obra infantil”, esclareceu.

Saúde e segurança do produtor

A programação seguiu com as informações do Dr. NikoTino sobre questões como a correta aplicação, manuseio e armazenagem de agrotóxicos, bem como sobre a utilização da vestimenta de colheita. Conheça alguns dos pontos destacados sobre o tema:

•          Somente utilizar agrotóxicos registrados, de acordo com a receita agronômica;

•          Manter o pulverizador em perfeitas condições de uso e sem vazamentos;

•          Durante o manuseio e aplicação de agrotóxicos, sempre utilizar o EPI;

•          Não permitir a aplicação de agrotóxicos por menores de 18 anos, idosos e gestantes;

•          Armazenar os agrotóxicos em armário feito de material resistente, chaveado e destinado somente para esse fim, com acesso restrito a trabalhadores orientados a manuseá-los;

•          Não reutilizar embalagens vazias de agrotóxicos para qualquer fim;

•          Realizar a tríplice lavagem da embalagem vazia de agrotóxico, utilizando o EPI;

•          Sinalizar áreas récem-tratadas com agrotóxicos com placa específica para este fim;

•          Usar sempre luvas impermeáveis e vestimenta específica para a colheita;

•          Evitar colher o tabaco quando as folhas estiverem molhadas pela chuva ou orvalho;

•          Dar preferência aos horários menos quentes do dia para a colheita do tabaco;

•          Além do momento da colheita, o produtor deve ficar atento durante o desponte, o carregamento e a cura/secagem das folhas.

 

Rádio fascinação

O tom lúdico do evento ficou por conta da peça teatral Rádio Fascinação, encenada pelo grupo de atores de Santa Cruz do Sul (RS), Espaço Camarim, que também interagiu com o público. Cinco jovens aprendizes formados no curso de Empreendedorismo em Agricultura Polivalente – Gestão Rural do Instituto Crescer Legal, participaram da apresentação. Iniciativa do SindiTabaco e de suas empresas associadas para oportunizar qualificação aos jovens rurais, o curso faz parte do Programa de Aprendizagem Profissional Rural, que já formou duas turmas e tem outras três em andamento. Saiba mais sobre o Instituto Crescer Legal

Agenda

Depois de Venâncio Aires (RS) e Guamiranga (PR), o Ciclo percorrerá Rio Azul, no Paraná, no dia 5 de julho; Pelotas, no Rio Grande do Sul, no dia 20 de julho; Pouso Redondo e Águas de Chapecó, em Santa Catarina, nos dias 6 e 27 de julho.

Veloir Dirceu Fürst: o tabaco está interligado à história dos produtores e o trabalho está ligado a uma questão cultural

Foto: Divulgação

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