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Trump!

Donald Trump faz questão de ser intragável. Além de ser uma pessoa, digamos… difícil, também demonstra um modelo de gestão da economia que assusta. O que isso significa para o Brasil? São 2 consequências possíveis:

1. Os EUA focando na indústria do petróleo, na valorização do dólar e em infraestrutura simultaneamente à desaceleração da economia chinesa e tentativas de impor barreiras perante China e México acabam por trazer parte do capital de risco desses emergentes para o Brasil, por sermos grandes exportadores de commodities. Ainda mais considerando um Brasil prestes a retomar o caminho do crescimento com reformas estruturais sendo implementadas, o que desobstrui a viabilidade de longo prazo de investimentos e reduz o risco do excessivo endividamento brasileiro, trazendo uma política de maior previsibilidade de resultados na gestão pública.

2. O discurso mais hawkish nos juros, favorecendo maiores juros nos EUA, não deve se consolidar caso a economia americana não ande conforme o planejado. Ele pode querer aumentar os juros o quanto quiser, a realidade é que só será possível se a economia crescer. A ideia de tributar tudo que vem do México só tem como consequência redução do consumo e inflação, além do agravamento da crise política já instalada. Um aumento nos juros diante desse processo fará com que o consumo caia ainda mais, apesar de controlar a inflação. Então a equipe econômica de Trump deve decidir por apenas uma das medidas. Caso decidam pelas duas, o resultado é um golpe no crescimento da economia americana que vem em um bom (porém frágil) ritmo. Caso o aumento dos juros realmente ocorra, pode ocorrer uma menor redução na nossa taxa SELIC devido ao potencial de valorização do dólar e, consequentemente, aumento da inflação em nossa terra tupiniquim. Em se tratando de uma valorização das commodities e aumento das exportações, o real se aprecia, o que faz com que a queda da SELIC prevista até a casa de 8,5% a 9% possa se tornar realidade em 2018.

Existem N questões envolvendo a economia global, mas o único risco concreto ao Brasil, hoje advém da crise política interna e do potencial de não-realização das reformas por uma possível cassação da chapa Dilma-Temer e/ou da confirmação de envolvimento do presidente da República nos escândalos de corrupção através da delação da Odebrecht a ser homologada em breve.

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