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SALÁRIO DE VEREADOR X SALÁRIO DE PROFESSOR

Indianara Mª R. Schuinki

Vivemos uma época em que as injustas diferenças salariais predominam em nossa prefeitura municipal. Vereadores aprovam seu aumento de rendimento, sem a menor vergonha da população que os elegeu. E, com alto salário mensal, para quem quase nada faz, não precisam cumprir jornada de trabalho e, muito menos possuem a exigência de um nível de escolaridade, acreditam que merecem tão altos rendimentos. Vereadores deveriam bater cartão-ponto, na entrada e na saída. Se ganhassem um terço do que ganham, já estariam muito bem remunerados.

De outro lado, os professores municipais são massacrados com salários de fome, no valor inicial de R$ 745,22. Com os devidos descontos, fica em R$ 680,00. Será que nossos vereadores aceitariam este valor para representar-nos?  E os professores precisam ter curso superior. Precisam passar em um concurso e mostrar que são bons. Se adoecem, precisam passar pelo desconforto de protocolar seu atestado médico na prefeitura. E por que será que adoecem e tratam-se com psiquiatras? Será que estão tendo o tratamento digno que merecem?

O momento presente para os professores municipais é delicado e difícil, onde seu pobre salário vai todo para cobrir os remédios receitados por psiquiatras. Convivem com salas de aula formadas por até 35 alunos. Crianças rebeldes, com hiperatividade, com déficit de atenção e, os professores, como se fossem portadores de uma varinha mágica, tem que fazer todos saírem bons e perfeitos. Só sabe o tamanho do desgaste de uma professora municipal em sala de aula, quem ocupa o lugar dela, no momento atual.

Será que nossos vereadores e secretária de Educação sobreviveriam com tão pouco? Em pleno ano de 2012, vivemos uma época de escravidão. Não podemos respirar diferente nas escolas e já somos cobradas, constrangidas. Inventar projetos e atividades pedagógicas atrás de uma mesa de secretaria de educação é uma coisa, colocá-los em prática na escola, é realidade bem diferente.

Construir e ampliar escolas, é uma coisa. Dar professores qualificados, incluindo o salário destes, é outra coisa. Hoje, posso dizer, saudades do ex-prefeito Otto Cunha, que foi o único prefeito que valorizou os servidores e, principalmente os professores, pagando a eles bons salários. E a prova de insatisfação dos professores é tão evidente, pois os pedidos de demissão tem ocorrido em número considerável e os concursos e testes seletivos, não preenchem as vagas nas escolas.

A época da escravidão já está extinta. Somos seres humanos e precisamos sobreviver com dignidade. Pressão não significa competência. Inteligência e liderança, significa sucesso, progresso. Queremos salários compatíveis com os demais cargos com curso superior: R$ 1.822,45 por vinte horas semanais. Isto porque trabalhamos com seres humanos e precisamos ser valorizados.

 

 

A autora é professora e advogada

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