Parte II
Em tempo de eleições municipais, ao ouvir os debates e as propostas dos candidatos e partidos, é possível dizer que a cidade está sendo pensada (ainda não ouvi todos os candidatos falarem sobre todos os pontos acima destacados, mas eles podem ter falado e com certeza já pensaram sobre os assuntos). Quiçá fosse pensada todos os dias e não só durante a campanha eleitoral. Quiçá as propostas fossem cumpridas e realizadas, e não apenas planejadas.
Bem, para projetar o futuro é necessário verificar o que já foi feito. No passado, diversos prefeitos, secretários e vereadores, bem com todos os integrantes da sociedade civil contribuíram positivamente ou negativamente, com ações ou omissões, para
Cidade que temos hoje. Pois é, todos somos responsáveis.
A respeito do passado e do futuro, nas minhas reflexões atuais, me deparei com uma passagem de um texto de Carlo Maria Martini num diálogo com Umberto Eco, o qual pode ser utilizado neste momento: Se o presente tem sentido em relação a um valor final reconhecido e apreciado, que eu posso antecipar com atos de inteligência e de escolha responsável, isso me permite refletir também, sem angústia, sobre os erros do passado. Sei que estou a caminho, entrevejo alguma meta, pelo menos em seus valores essenciais, sei que me foi dada a possibilidade de corrigir-me e aprimorar-me. A experiência mostra que é possível arrepender-se de alguma coisa quando se pode entrever a possibilidade de fazer melhor. Fica amarrado a seus erros aquele que não os reconhece como tais, pois não entrevê nada de melhor diante de si, perguntando-se então por que deveria deixar o que já tem.
A minha, a nossa, a vossa cidade pode mais, quer mais e de acordo com os nossos desejos e anseios, em breve, colheremos aquilo que faremos nos próximos anos. Portanto, o momento eleitoral é significativo para o nosso futuro e sempre é relevante lembrar que um ou outro prefeito, sozinho, não irá mudar significativamente nossas vidas, vilas, bairros.
Mas, cada um de nós e as entidades e instituições, públicas e privadas, governamentais ou não, poderemos contribuir para uma cidade e um mundo cada vez melhor.
Antônio César Bochenek, juiz