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Recuperação da economia paranaense depende do fortalecimento das empresas familiares, alerta especialista

A JValério, que representa a Fundação Dom Cabral no Paraná e em Rondônia, lançou uma série de encontros onlines gratuitos e abertos ao público para auxiliar os empresários locais na superação da crise econômica causada pelo novo coronavírus. Nos Encontros de Gestão os participantes têm a oportunidade de trocar experiências, atualizar conteúdos e traçar prognósticos do que está por vir neste cenário de muitas incertezas e desafios para os empreendedores.

Duas edições já foram realizadas. A próxima oportunidade, agendada para esta terça-feira (28), terá a condução inédita do Diretor-presidente do grupo, Eduardo Valério. O tema será a Governança na Empresa Familiar. O especialista pela Wharton Business School (EUA) vai abordar Governança Corporativa na era digital. O encontro é das 18h às 19h30. Os próximos encontros de gestão acontecem em agosto, nos dias 11 e 25. Para conhecer melhor a programação e se inscrever gratuitamente, basta acessar o site: https://jvalerio.com.br/. Em entrevista, Valério comentou os principais desafios da economia do Paraná.

Qual é o impacto da pandemia nos negócios paranaenses?

Diferentes setores, diferentes empresas enfrentam diferentes problemas. Como a economia do Paraná é muito dinâmica, o estado tem conseguido se equilibrar, graças à essa diversidade. Os setores que estão em crise estão tendo uma lição difícil de reaprender seus negócios. Mas há condições de se criar alternativas.

Qual a importância da profissionalização da gestão para superação da crise?

Quando se fala em profissionalização há um equívoco, principalmente nas empresas familiares. Muitos pensam que profissionalização é a saída do membros familiares da gestão, e é ao contrário. A profissionalização é adotar as práticas de gestão de negócios que visem o desenvolvimento da empresa, das pessoas. Mais da metade do nosso PIB está vinculado ao sucesso das empresas familiares, elas precisam de governança.

A crise global despertou debates muito polarizados, colocando os negócios até como inimigos da saúde pública. É possível buscar alternativas que equilibrem os negócios e preservem as vidas?

Tenho visto vários empresários tomando decisões de corte de despesas e gastos para preservar a renda dos funcionários. Uma das grandes contribuições da recuperação da economia é fazer com que as empresas retomem suas atividades sem demitir as pessoas. Há muita demissão, mas também há contratações, e isso faz com que a roda da economia volte a girar com mais intensidade. A filantropia é importante. Temos notado um grande movimento silencioso e positivo de ações sociais. Quem já fazia aumentou a contribuições e outros começaram a se engajar. E esse movimento de enxergar o impacto empresarial fora do seus portões veio para ficar.

Muitas empresas terão de se adaptar às ferramentas digitais para sobreviver. Como será essa adaptação?

Toda crise traz mudanças de comportamento. A atual traz vários ensinamentos e desafios para os quais ninguém se preparou. A dinâmica das empresas mudou bruscamente, algumas vão trabalhar com parte do seu time em home office, outras vão racionalizar volume de reuniões e viagens. O maior fenômeno que estamos observando é a horizontalização: os processos decisórios estão diluídos. Isso veio para ficar. A geografia desapareceu com método digital: podemos ter fornecedores e colaboradores em qualquer lugar do mundo. Um mundo hiperconectado e hipertransparente está afetando a lógica dos negócios.

Qual é sua principal recomendação para quem empreende e está apreensivo?

Não faça com que a apreensão supere o empreendedorismo. Empreender faz parte do crescimento das pessoas, das empresas e das nações. A apreensão deve ser mitigada com planejamento melhor estruturado.

 

HAMILTON FONSECA ([email protected])

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