Poder
Quem utiliza o pensamento coletivo na hora de tomar uma decisão, via de regra é alguém que tem uma característica muito especial: capacidade de renunciar aos próprios interesses. Embora isso possa parecer simples, na realidade do dia a dia acaba sendo complexo por demais. Eu explico com um exemplo. O Arnaldo é o gestor de uma equipe e ele entende que sempre o espírito da coletividade deve imperar. Acontece que o Arnaldo, nesse exato momento, tem necessidade de faltar ao trabalho num determinado dia da semana para acompanhar o seu filho que irá fazer uma apresentação na escola. Como chefe, como gestor, o Arnaldo sequer precisava prestar esclarecimento para a equipe para poder sair.
Renúncia
Na verdade, o poder está na mão dele e bastaria que o Arnaldo avisasse que iria sair por alguns minutos e estaria resolvido. Entretanto, vários integrantes da equipe vêm pedindo a mesma coisa, eles querem acompanhar a apresentação dos filhos na escola e o Arnaldo vive o dilema de utilizar o poder que tem como gestor ou então fazer com que a democracia, e principalmente o senso de justiça prevaleça, e ele conceda para todos, ou por um critério aleatório como um sorteio, quem da empresa poderá sair. Perceba! O Arnaldo, nesse momento, para manter o espírito da coletividade, acaba tendo que renunciar aos interesses pessoais que ora pode ser a apresentação de um filho, ora pode ser a emenda de um feriadão ou ainda a utilização das férias no período que coincide com as férias escolares dos filhos.
Teste
De um lado há pessoas que dizem assim: o Arnaldo é gestor e como gestor ele tem que ter alguns privilégios. Porém o argumento do Arnaldo é exatamente o contrário, o gestor tem que dar o exemplo. Resumindo, antes de querer se vangloriar que você tem o espírito da coletividade, que tem o pensamento coletivo, faça um teste e tente analisar o quanto você está disposto a renunciar os seus interesses pessoais quando eles conflitarem com os interesses da coletividade. Pense nisso!