A Psicoterapia tem como instrumento principal a linguagem. Essa tem o poder de relatar os sintomas, as crenças, os sofrimentos que sentimos. Também nos dá a oportunidade de explicar e perceber os sentimentos, os pensamentos e como esses se apresentam e interferem em nosso comportamento.
Pela linguagem podemos tratar a saúde mental.
No livro “Estranhos a nós mesmos”, Rachel Aviv, (2023), a autora nos explica como a linguagem é determinante para um diagnóstico acerca da nossa saúde/patologia mental.
Também “questiona como as histórias que contamos sobre transtornos mentais são capazes de moldar e interferir em nossas vidas e como elaborá-los para enfrentá-los e fazer a mudança necessária”.
Na minha prática, coloco que uma das características que o paciente deve ter é ser “sem vergonha”… isso às vezes causa uma certa estranheza! Sem vergonha de dizer o que sente, o que pensa, o que fez, o que o incomoda, o que lhe traz angústia, sofrimento… Porque só por esse caminho, é que ele mesmo vai perceber e elaborar o que causa esses sintomas. É “a elaboração pela palavra, pela linguagem”.
Freud concluiu que “os sintomas de neuroses como ansiedade e depressão podiam ser aliviados pelo que foi chamado de “cura pela fala”, ou seja deixar o paciente divagar sobre suas ideias, memórias e sonhos, criando novos significados e aprendendo a conviver com o passado e olhar para o futuro”.
Na Terapia Cognitiva Comportamental , o terapeuta “ajuda o paciente a identificar para corrigir as emoções e crenças distorcidas e disfuncionais e como elaborá-las para controlar as suas emoções e como essas interferem negativamente”. E, dessa forma saber lidar, a compreender e modificar o que cause o sofrimento.
Portanto, não se trata de CURA, se trata de elaboração, de compreensão, de minimizar os sofrimentos. Se trata de conscientização, de como o paciente entende, acredita e participa. E, dessa forma acontece a remissão dos sintomas.
Importante ressaltar, a responsabilidade do paciente em relação às tarefas indicadas pelo Terapeuta, a continuidade do tratamento e a utilização da medicação conforme o diagnóstico. Neste último, em se realizando um tratamento tanto Psiquiátrico como Psicoterapêutico.
E, dessa forma, se descobre e se proporciona a cada um de nós, uma melhor qualidade de vida.