“Mulheres unidas em marcha pelo bem viver, pela garantia de direitos e pelo enfrentamento aos retrocessos. É com esse mote que o Conselho Federal de Psicologia marca o Dia Internacional da Mulher e chama atenção para a necessidade de atentar às questões específicas que afligem as mulheres no Brasil e no mundo.”
Sabemos que na nossa profissão temos quase 90% de mulheres, que se deparam de forma pessoal e profissional com os dilemas femininos, com as desigualdades e até violências de toda a natureza. E, as mulheres são o reflexo da sociedade e delas são cobrados altos desempenhos, para dar conta de todos os desafios e tudo que de alguma forma afeta a saúde mental das pessoas. Esse último, inerente ao fazer e ao saber da Psicologia.
Para a psicóloga Patrícia Dourado Lopes (CRP 09/01693), “as conquistas e os avanços das mulheres em uma sociedade predominantemente machista são inegáveis e precisam ser reconhecidos, mas o cenário ainda é de muitos desafios enfrentados cotidianamente, como diferença salarial, falta de apoio e credibilidade, jornada estendida, preconceito, assédio moral e sexual, entre tantos outros. Essas violências simbólicas praticadas diariamente podem afetar de forma profunda a saúde mental das mulheres”.
No dia a dia da Psicoterapia, ainda são recorrentes as queixas dos distúrbios psicológicos causados pela violência, pelo desvalor, pela desqualificação e pela subjugação. Muitas mulheres ainda são suscetíveis à fragilização emocional o que acarreta a elas o desenvolvimento de distúrbios como ansiedade, depressão, estresse, baixa autoestima, etc.
Quase que diariamente, temos notícias de feminicídio, o que aponta que a mulher é “vítima majoritária das relações abusivas e doentias de nossa sociedade”.
O alerta ainda se faz necessário, pois dar visibilidade e voz a todas as mulheres é salvaguardar a integridade psicológica e oportunizar a reconstrução de sua autoestima.
Por isso, a psicóloga Andrielli Kechichian Bessa insiste também na necessidade de que homens estejam mais preparados e conscientes sobre a importância da voz feminina.
“A nossa voz precisa ser ampliada, respeitada e ouvida. Mesmo na Psicologia, onde as mulheres são a maioria em quantidade de profissionais, ainda existe, em muitos casos, a busca da validação da voz feminina por um homem. Precisamos reverter esse cenário, pois somos seres completos que independem da presença de um homem para existir”, afirma Andrielli.