Lílian Yara de Oliveira Gomes
CRP 08/17889
Não tem como ficar indiferente diante deste dado: meio milhão de seres desaparecidos. E mantermos a serenidade, harmonia, equilíbrio, lucidez em acolher a dor, por tantas vidas que conhecidas ou não, que foram perdidas nessa época de Pandemia, é um grande esforço.
Tem sido difícil não abordar essa temática, que se transforma em sentimento nesses últimos anos.
Todos os dias, desde que a Pandemia se instalou, externos meus sentimentos por alguém que partiu. E, às vezes ouço, “todos morrem”… concordo, mas nem todos morrem por negligência, por não acatarem as medidas protetivas, pelo negacionismo, pelo descrédito à ciência.
E, as queixas em meus atendimentos têm aumentado significativamente quanto aos casos de angústia, medo, ansiedade, depressão, fobia social e pânico.
O isolamento social, impôs a todos nós, mudanças radicais em nosso estilo de vida. Junto ao medo da contaminação, estar impossibilitado de contato físico abala sobremaneira a nossa saúde mental: “para nós latinos, não é nada fácil deixar de se abraçar e de trocar beijinhos”, nos aponta Dr. Jair Mari, psiquiatra da Unifesp – Campus S.P.
Outro fator, é a mudança de rotina que nos foi imposta e com isso nos sentimos desamparados, entediados e às vezes desvalorizados. Aí identificamos, o que a Teoria Cognitiva Comportamental nos orienta, como as crenças de Desvalor, Desamor e Desamparo. E, “estas reações são esperadas e devem ser objeto de compartilhamento e análise, quando passam a afetar e a impactar a funcionalidade e as relações de todos nós”.
Importante é mesmo distantes, nos mantermos conectados, trocarmos mensagens, nos fazendo presentes mesmo à distância. Saber do outro, se colocar à disposição, buscar atividades lúdicas, ouvir música, relaxar, meditar, manter atividade física, ouvir e obedecer as orientações da ciência.
VACINE-SE!
Tome as doses indicadas, cuide da sua vida que você estará cuidando da vida do outro, seja seu outro “tão perto, tão afetivo”, como de todos os outros!