Inútil, desperdício e discórdia
Nada é mais inútil no meio empresarial do que regras que não são cumpridas. Primeiro porque alguém desperdiçou tempo, desperdiçou raciocínio para criar e divulgar aquela regra de comportamento. Segundo porque a completa inobservância ou descumprimento dessa regra somente gera perda de credibilidade por parte da gestão. E, terceiro, porque uma regra não-cumprida costuma gerar discórdia no relacionamento entre os integrantes de uma equipe. A diversidade faz com que pessoas flexíveis e adaptáveis consigam trabalhar lado a lado de pessoas que são extremamente metódicas.
Somente teoria
Enquanto os primeiros, os flexíveis, não se preocupam e consideram que, apesar de existentes, algumas regras não devem ser cumpridas, os metódicos se pautam justamente no sentido contrário, ou seja, se a regra existe é porque deve ser respeitada por todos. O resultado é uma discussão inócua, sem qualquer valor e que não traz qualquer tipo de resultado positivo para a empresa. Era o que acontecia com o Valter, um dos meus amigos, quando tentava melhorar o desempenho da sua equipe criando uma regra nova toda semana. Apenas algumas pessoas cumpriam essa regra e o que é pior, até mesmo o Valter acabava não cumprindo o que havia determinado.
Palavras sem ações
Um exemplo típico foi quando ele criou uma regra obrigando as pessoas a comparecer com o crachá da empresa sob pena de ter o dia descontado do salário e não poder trabalhar. Tudo foi bem até o dia em que o próprio Valter esqueceu o crachá. Na verdade, é preciso que se retire da mente dos gestores de equipes, que estabelecer regras é a única saída para melhorar o comportamento das pessoas que trabalham na empresa. Apenas palavras colocadas no papel não são capazes de alterar o desempenho de uma pessoa. O que realmente gera alteração de comportamento é uma gestão, uma administração que não apenas fala, mas principalmente age em conformidade com o próprio discurso.