Sei lá, mas usar tecnologia eletrônica ou vídeo para apitar no futebol não me agrada. Muitos pensam diferente, creditando por fidelidade aos lances duvidosos e eu respeito. Mas a jogada do pênalti contra o Atlético Nacional, no Mundial de Clubes, foi um claro exemplo de que o futebol está perdendo de vez a sua alma. Além disso, todo aquele circo não resolveu.
O jogador do Kashima estava impedido e mesmo assim foi marcada a penalidade através do monitor de vídeo. Em suma, uma lambança. Sobretudo, que coisa mais estranha aquela paralisação dois minutos depois e tudo mais. Quebrou toda a dinâmica do jogo. Com certeza, o fato mexeu com o espírito já abalado dos colombianos por tudo que aconteceu com a Chapecoense. No pacote, acabaram sendo surpreendidos pelos japoneses. Aliás, aconteceu o que ninguém imaginava … Literalmente, deu zebra. Então, acho que toda essa tecnologia não serviu para nada e só descaracteriza a origem do esporte mais popular do planeta.
Hoje, ninguém mais pode comemorar com a torcida, não se pode cantar vitória e muito menos ser astuto ou, digamos, malandro dentro de campo. Afinal, o árbitro é humano e faz parte deste jogo secular. Portanto, errar ou mesmo ludibriar a arbitragem é, ou era, uma prática natural às origens do jogo bretão.
Mas, enfim, o mundo está mudando e o futebol acompanha tudo isso. Ninguém mais tira o olho das telas digitais e tudo mais. Pelo jeito, com o passar do tempo a figura do árbitro presente no gramado vai desaparecer, indo direto para uma salinha de vídeotape nas arquibancadas, ou sei lá aonde. Gente, Tv é uma coisa, o jogo real é outra.