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A primeira indústria de Ponta Grossa

A primeira indústria que surgiu em Ponta Grossa data da época de criação da Freguesia, e se deve à iniciativa de um dos líderes da comunidade, Miguel Ferreira da Rocha Carvalhaes. Moço cheio de entusiasmo, ele aportara na região para tomar conta de terras que pertenciam a seu pai na gleba Bom Sucesso, casando-se com Maria Helena, filha de José Ferreira Pinto, nome de vulto na história princesina.

Pouco depois de sua chegada, Miguel adquire vasto imóvel dos sucessores de Domingos Martins Fraga – a estância Rincão das Pombas, entre os Periquitos, as Areias e a Chapada do Cascavel. Ao lado de seu cunhado Domingos Ferreira Pinto, pai do Barão de Guaraúna, foi um dos cabeças do movimento que elevou o bairro à condição de Freguesia. 

Depois dessa conquista que atraiu moradores de toda a região campesina e de outros locais mais distantes, Carvalhaes projeta a construção da primeira indústria local: um engenho de placagem para aproveitar a madeira que era abundante e que facilitaria os trabalhos de construção em geral com a substituição do sistema manual de serra de traçar. 

Para tanto e há duzentos anos, também não bastava tão somente a decisão de realizar e executar o projeto. A burocracia já se fazia presente. Então, Miguel requer autorização ou alvará da Câmara de Vereadores de Castro e, bem assim, a designação de uma comissão para examinar o dito engenho que se localizava na fazenda Bom Sucesso.

Nomeados Generoso Pinto Leal e Taques, Domingos Martins de Araújo e José Xavier Faria Albuquerque como peritos, foi concluído que “o engenho é de serrar horizontal, servindo no mesmo maquinismo várias serras de diferentes graduações, que substituem umas às outras, conforme as peças de madeira que se quer extrair, contendo casa de máquina, dita de morada e outras de senzala”. 

Nascia, daí, o primeiro empreendimento empresarial de Ponta Grossa que, anos depois, suscitaria diversas outras iniciativas no ramo madeireiro como a serraria instalada em Itaiacoca por Henrique Pupo Ferreira (1869), os engenhos de serra de José Pereira Branco, no Rio Taquari (1873) e de Frederico Martinho Bahls sobre o Arroio do Redondo (1864/1865).

Depois, já no início do século 20, surgiriam os arrojados empreendimentos da Sociedade Anônima Exportadora (cel. José Miró de Freitas), Serraria Olinda (Theodoro Kluppel), Serrarias Guaraúna e Malhado (Lysandro Alves de Araújo), Campos Mello & Cia.(Elyseu de Campos Mello). A iniciativa precursora de Miguel Carvalhaes serve de marco ao desenvolvimento industrial de Ponta Grossa que é, hoje, exemplo para o Estado e para o País. 

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