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Gleisi é quem precisa descer do palanque

 

Parte II

Vou citar alguns exemplos. Começo com algo que aconteceu no Sudoeste do Paraná – justamente onde Gleisi acusou Richa de não descer do palanque. Depois de muita luta trouxemos o curso de Medicina para Francisco Beltrão graças ao governador. Pois a emenda ao Orçamento de R$ 12 milhões destinada a construção do prédio que abrigaria o curso, dos deputados Nelson Meurer (PP) e Assis Couto (PT), apesar de aprovada, não foi empenhada por interferência política da ministra Gleisi Hoffmann. Nem mesmo o fato de um dos autores ser do PT, impediu Gleisi – que não desce do palanque de 2014 – de agir contra o Paraná. Pois bem, o prédio será construído pelo governo do Estado.

Outro caso, muito mais grave, envolve o PAC das concessões. Um programa de R$ 133 bilhões, que prevê a duplicação de 7,5 mil quilômetros de rodovias e a construção de 10 mil quilômetros de ferrovias. Pois esse projeto não destinou um único real para atender as demandas do Paraná. Ao contrário. O PAC projeta ferrovias que parecem ter sido concebidas deliberadamente para excluir o Paraná do mapa brasileiro e para fulminar a importância do Porto de Paranaguá, hoje o maior porto graneleiro do país.

O Paraná está liderando um movimento dos Estados do Sul junto ao governo federal para repensar o PAC das Concessões. Um projeto que, se é desastroso para o Paraná, também não é bom para os outros Estados da região. Acreditamos que seremos ouvidos pela presidente Dilma Rousseff. O Paraná, apesar do que vem enfrentando em termos de fogo amigo, contribui muito para o país e apresenta indicadores que ajudam o país a melhorar.

No rol de prejuízos do Paraná não dá para esquecer ainda a perda de R$ 450 milhões que o Estado terá com o corte no ICMS da energia. Somos favoráveis a medida, mas o Paraná precisa de uma compensação. Esperamos uma atitude paranista na ministra Gleisi na busca de outras alternativas para compensar o nosso Estado.

Também vale citar a distribuição de recursos federais na Região Sul. O Paraná é o terceiro estado que menos recebe recursos do governo federal. Cada paranaense, em termos de verba da União, ganha a metade que recebe um catarinense e um terço do que ganha um gaúcho.

Estou certo que a presidente Dilma, que mantém uma relação respeitosa e republicana com o governador Beto Richa, uma relação que tem rendido – quando o trato é pessoal – projetos importantes e benefícios para o Estado, não sabe do que se passa no Paraná.

A presidente tem revelado ser uma estadista capaz de enxergar o Brasil acima das conveniências político-partidárias. É lamentável que alguns de seus auxiliares não compartilhem esse tipo de grandeza e pautem suas ações pela ótica dos palanques. Seja no palanque de 2012, seja no de 2014. Está mais do que na hora que desçam de lá e passem a trabalhar pelo Paraná e pelo Brasil.

 

Ademar Traiano é deputado estadual pelo PSDB do Paraná e líder do governo na Assembleia Legislativa

 

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