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Dia da Mulher, um equívoco?

Por: Laércio Lopes de Araujo*

No dia 8 de março comemorou-se o dia da mulher. Um dia de pânico para os homens, porque dar flores ficou politicamente incorreto, abrir portas, puxar cadeiras, outros grosseiros erros machistas. Afinal, o que aconteceu com o dia da mulher?

Temos que repensar alguns valores da sociedade ocidental. Fala-se muito em empoderamento da mulher, em emancipação, igualdade de salários e oportunidades, mas o que realmente a mulher vem conquistando com isso, e quais as consequências?

Um primeiro ponto a se observar é que tem aumentado em todo o ocidente a conversão das mulheres ao islamismo. Não percebemos, mas a própria existência do movimento feminista só é concebível dentro da tradição cristã, porque desde as primeiras origens desta sociedade, a mulher, em Maria, foi apodada de Teotokos, a mãe de Deus, o que redignificou a condição da mulher na antiguidade e no medievo.

Se realmente as mulheres ocidentais se encontram oprimidas pela cultura dominante, qual a explicação do movimento dessas mesmas mulheres, em sua conversão ao Islamismo? Nas mesquitas, durante a pregação, mulheres são repreendidas porque deveriam vestir uma saia por cima de suas calças jeans. Ou, porque se aproximam do parapeito que separa o piso inferior da mesquita – destinado aos homens – do mezanino, onde devem ficar as mulheres.

Nesta religião as mulheres não podem olhar para os homens, e as muçulmanas brasileiras são especialmente muito fervorosas. Então, há que se questionar sobre a propriedade e sobre o desejo verdadeiro das mulheres de terem de trabalhar 40 anos para se aposentarem, de arcarem com a idade mínima equalizada de 65 anos com os homens. Aliás, alguém viu alguma feminista defendendo as reformas da previdência como ação afirmativa do empoderamento e da igualdade femininas?

Nossos valores estão em questão, e segundo o sheik Rodrigo Rodrigues, que conduz as orações numa mesquita no centro da capital paulista, as conversões de brasileiros ao islamismo têm se tornado mais frequentes. “Acho que todo sábado duas ou três pessoas se convertem aqui. Nós não registramos, porque acreditamos que a conversão é pessoal e espontânea”, disse em entrevista à BBC Brasil.

Mesmo nossas estatísticas sendo muito precárias, o Censo 2010 do IBGE fala em cerca de 30 mil praticantes da religião no país, mas a Federação das Associações Muçulmanas do Brasil estima que o número tenha saltado de 600 mil em 2010 para entre 800 mil e 1,2 milhão de fiéis em 2015, o que equivaleria há 0,6% da população brasileira.

Nossa tradição cultural ocidental e cristã é aquela que identificou o filho de Deus com a humanidade, seja ela de qualquer etnia, qualquer religião, elevando a dignidade da vida humana a um nível acima e diferente de toda a vida na natureza. Obviamente há problemas nesta concepção, mas é isso que faz o ocidente crescentemente avesso à morte, ao terrorismo, à violência, defendendo a valorização da vida e dos direitos humanos.

Aliás, só se pode conceber a ideia de direitos humanos numa sociedade em que o homem e a mulher foram resgatados por Deus de seus sofrimentos. Só nessa sociedade se pode conceber a igualdade dos sexos, apenas nesta sociedade se pode pensar a dignidade distinta da mulher, inclusive como a mãe de Deus.

Não me oponho, em hipótese nenhuma às conquistas das mulheres, não me oponho à sua emancipação política, econômica, social ou familiar, mas me questiono profundamente, se é isso mesmo que cada mulher quer, e se não é uma forma nova e violenta de opressão, negar-lhe o direito de revalorizar sentimentos, fazeres e saberes da tradição ocidental.

Sem questionarmo-nos sobre a validade dos discursos repetitivos sobre o dia da mulher, vamos ver crescentes conversões ao islã e outras religiões e seitas onde a mulher tem uma condição de subalternidade, e daí, o que é que este fenômeno está a nos dizer?

 

* O autor é médico e bacharel em direito formado pela Universidade Federal do Paraná, atua em psiquiatria há 27 anos, Mestre em Filosofia e especialista em Magistério Superior.

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