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Bom senso e torcida nos horários de trabalho durante a Copa

A poucos dias do início da Copa do Mundo no Brasil, as empresas estão ainda confusas sobre a rotina de trabalho durante os jogos. Como em muitas capitais o ponto é facultativo, é preciso definir como gerir as equipes no decorrer dos jogos que ocorrem em pleno horário de expediente. A advogada e coordenadora do Instituto Brasileiro de Governança Trabalhista (IBGTr), Danielle Vicentini Artigas, alerta para o tratamento das faltas, ausências, atestados, organização da empresa e uso da internet em dias de jogos, bolões, entre outros assuntos. Para não afetar a produtividade, as empresas devem elaborar Acordo Coletivo específico, prevendo a compensação do tempo despendido com os jogos da Copa do Mundo em outro dia, orienta.

Para a diretora de uma empresa de consultoria, Susane Zanetti, cada organização está em um segmento diferente, em um negócio específico e todos têm suas particularidades. É diferente para área financeira, para o comercio, serviços ou para as indústrias. Há empresas que vão dispensar os colaboradores em forma de rodízio, outras vão disponibilizar televisores nos setores para que os profissionais acompanhem os lances no próprio local de trabalho, conta. Numa fábrica em Araucária, na Região Metropolitana de Curitiba, a Copa do Mundo é tratada como oportunidade de integração. A indústria possui 380 funcionários divididos nas unidades do Paraná e São Paulo. De acordo com o gerente de pessoas da fábrica, Paulo Cavalcante, a produção vai parar para assistir aos jogos do Brasil, com direito a telão, refrigerante e pipoca. É fato que teremos aproximadamente duas horas a menos de produção no dia do jogo, mas não acreditamos em redução de produtividade, mas integração, ressalta.

O IBGTr chama a atenção para a realização de bolões, que são considerados jogos de azar e, portanto, contravenção penal. A situação se torna ainda mais delicada quando os colaboradores utilizam o email corporativo para participar do bolão, expondo o representante legal da empresa a uma investigação criminal. É uma saia justa para a empresa ter que responder a uma investigação sobre a prática de exploração de jogos de azar em lugar público ao acessível ao público, afirmou Danielle Artigas. Ela enfatiza que as empresas devem agir para impedir a prática. De acordo com a coordenadora do IBGTr, estima-se que as perdas financeiras podem chegar a R$ 5 bilhões no país. Para não prejudicar as atividades empresariais, os 90 minutos de jogo podem ser compensados posteriormente. Nada de driblar o chefe ou mudar a regra nos 45 minutos do segundo tempo.

 

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