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Criança com Síndrome de Down é incapaz

Normalmente a notícia de gravidez em um casal sempre é acompanhada de felicitações, insegurança, incerteza e muita, mas muita felicidade. E se inicia um processo de planejamento e espera que vão dando forma e sabor ao filho que se está esperando. E o ser que ainda não existe no mundo real, existe grandiosamente no imaginário do casal, das famílias e de todos os amigos da criança que está por vir. Acontece que no terceiro mês de gestação é feito um exame de ultrassom que identifica alguns parâmetros do desenvolvimento do bebê. São eles: a translucência nucal, a existência do osso do nariz e o doppler do coração. Alterações nesses indicadores apontam para a possível existência de uma síndrome, dentre elas a de Down ou qualquer outra, dentro de uma miríade.

Eu e minha esposa passamos por isso com nosso filho Benjamin e confesso que não é a melhor das sensações, pois desconheço a mãe ou o pai que não imagina seu filho com plenas condições de saúde. Pior, nunca nos foi dito que algo tão sério era descoberto assim, num exame pré-natal. Passamos então por um período muito sofrido de batalha interna, de pesquisa, de mais exames e finalmente, de aceitação para darmos continuidade à gestação como ela havia sido planejada. Contamos para as avós, depois para tios e tias e depois para os amigos próximos.

Quantas famílias passam por isso

Normalmente esse é um período de completa solidão, pois o casal não sabe como agir, com quem falar, aonde ir. Não existe suporte psicológico especializado e o casal tem que se virar sozinho.

Todos os amigos e parentes, na maior das boas intenções, falam que somente pais especiais são escolhidos para ter um filho com síndrome. Como assim? Eu não tenho nada de especial! Para completar, a gente recebe muita informação desqualificada, sempre acompanhada de um ar condescendente: criança com Down tem problema de saúde, tem problemas de coração, tem problemas de pulmão, e isso e aquilo. Minha nossa!

Nasceu o Benjamin

Estava filmando a cesariana do BJ e fui o primeiro (depois de toda a equipe médica) a vê-lo. Amor à primeira vista. Levei-o até a Danielle e lhe disse: nosso filho é downzinho. Isso faz 3 anos e de lá para cá descobri que de tudo o que nos foi dito, a única verdade é que criança com síndrome de Down é incapaz de ficar sem sorrir, de ficar sem dar amor e é incapaz de trazer tristeza para dentro de uma família. Naturalmente ele tem suas dificuldades, como todo mundo tem. Mas também como todo mundo, tem superpoderes. O da criança com Síndrome de Down é o de produzir pais e mães melhores a partir de pessoas comuns, como eu e Danielle e outros muitos casais ao redor do mundo. E hoje em dia me pergunto: o que nós fizemos para Deus para Ele nos presentear com filhos tão extraordinários?

21/03 – DIA INTERNACIONAL DA SÍNDROME DE DOWN.

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