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Uma breve reflexão sobre democracia e participação

Foto: Redes Sociais /Gilmar Denck

Uma breve reflexão sobre democracia e participação: Que tipo de sociedade nós construímos? Como investimos nela e como dela nós aproveitamos. Semana passada escrevi sobre o complicado e o complexo. Dá para se dizer que os sistemas que criamos são complexos, mas complicado mesmo são apenas as pessoas que compõe o sistema. Complicado explicar para uma pessoa que mesmo contra a vontade dela e por menos que ela participe, ela influência o sistema. É assim na democracia, é assim na associação de classe. A simples não participação interfere no funcionamento complexo da coisa toda.

Outro fato curioso que percebemos está na ansiedade eterna de todos desejarem uma organização perfeita ao mesmo tempo que não se dedicam aos valores que a sustentam. Tanto na política como na vida associativa há uma tendência de “entidadelização” (palavra não existe, mas reflete um desejo) onde não rara as vezes que viventes sonham e instituem novas entidades para resolver o mesmo problema que outras já o fazem, criando assim uma teia de entidades e partidos que mais confundem a opinião pública do que esclarecem ou auxiliam.

Não precisamos de entidades novas, pelo contrário, precisamos focar no objeto que é associação de ideias, união de forças e exercício pleno e constante da liberdade, da democracia e da solidariedade. Observe você, o quanto torpem o conceito democracia para explicarem um desejo de um ou outro viés. Não existe duas ou mais democracias, existe apenas uma, que é a ditadura da maioria, onde todos tem direito a opinar, influenciar e votar. E diga se de passagem, é necessária muita maturidade para aceitar o resultado de uma eleição quando esta não nos agrada, ou não vai na direção que imaginamos. Seja ela uma eleição maioritária ou de uma simples decisão de um grupo, o que vale é o debate sucedido de uma eleição.

O consenso é um tanto utópico e deve ser buscado na diplomacia, mas há um limite, e é exatamente neste limite que surge a importância do líder, figura da qual não podemos prescindir sob o risco de atrasar em décadas toda uma evolução de um grupo ou sociedade. Poucos entendem, principalmente quando ocupam esta posição que líderes são apenas os guardiões e os promotores dos princípios da liberdade da democracia e da solidariedade e não promotores de ideias ou chefes de ações. O atual momento no Brasil está sendo muito rico do ponto de vista educacional e de aculturação para os valores sociais.

Havemos, entretanto, atentar para as lições e trazer para o nosso ambiente e fortalecer nossa sociedade a partir de nossas Instituições, criando nelas o ambiente onde possamos exercitar nossa liberdade, expor nossas ideias, debater com os contrários, buscar consenso, influenciar os pares e por fim definir rumos solidários as necessidades de um segmento, de um setor ou de toda uma sociedade. É chegada a hora rever as razões de existência de cada entidade e fortalecer seu funcionamento e entender o que significa “o poder emana do povo”. O caminho existe, vamos trilhar.

O autor é empresário com 30 anos de experiência em associativismo, formado em Filosofia e Administração

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