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Reforma Política é pauta urgente

Jorge dos Santos Avila*

 

Todos sabemos, é publico e notório que o sistema político-eleitoral brasileiro está esgotado. A Reforma Política é pauta urgente. É necessário rever pontos como o quociente eleitoral, alianças políticas, financiamento de campanha, legendas de aluguel, dentre tantas outras coisas.

Há, porém, algo que precisa ser refletido por todos, principalmente pelo eleitor. Imaginemos um cenário utópico, onde seja aprovada uma Reforma Política que agrade a todos no cenário político. De nada ela adiantará se pensamentos e filosofias velhas nortearem essa utópica nova política.

Sobre esse aspecto de pensamentos e filosofias velhas que norteiam novas políticas, temos um caso bastante prático aqui no nosso município de Ponta Grossa. Imagino que ainda esteja fresco na cabeça da maioria o processo eleitoral que vivenciamos há poucos meses. Mais especificamente, no segundo turno, tínhamos de um lado um candidato ex-prefeito, deputado estadual de alguns mandatos, ator do cenário político já há bastante tempo; e do outro, um candidato mais novo, no meio do apenas segundo mandato parlamentar, e mesmo que sem muitos projetos relevantes acabou sagrando-se vencedor da eleição, empunhando a bandeira da renovação, do novo, do sangue novo como dito até mesmo na campanha.

O mandato iniciou, os cargos de confiança, como secretariado, começaram a ser preenchidos da maneira mais natural na política e a impressão que o Executivo passou para todos é que sobrou gente e faltou cargo. Essa impressão fica, tendo em vista a maneira como se deu a criação de mais 94 cargos comissionados. Fez-se uso da velha política, quando o Executivo municipal utilizou-se do projeto de lei de aumento merecido do salário dos servidores públicos municipais, que seria aprovado facilmente pelos vereadores, para transformar Ponta Grossa na cidade do interior do Paraná com o maior número de cargos comissionados.

Nós jovens e com certeza grande parte da população esperávamos outra atitude. Houve todo um período de transição entre governo anterior e o atual. Poderia nesse período ter sido identificada a necessidade de criação pontual de cargos, e quando iniciado o mandato, solicitado aos secretários de cada pasta um estudo mais aprofundado sobre gravidade, urgência e viabilidade da criação de cargos e contratação de pessoal.  Dessa maneira, poderia ser apresentado um projeto bastante sólido e argumentativo à Câmara Municipal, em separado ao projeto do aumento de salários dos servidores, para que nossos parlamentares fizessem seu papel em analisar, debater, legislar e fiscalizar.

A política dessa forma se esvazia e se enfraquece. Atitudes como essa, deixam sem argumentos toda uma base, que no município é situação, mas nacionalmente é oposição. Como questionar o governo federal quando do número exagerado de ministérios se há no nosso município um número exagerado de cargos comissionados?

Fazer parte de um grupo de situação não isenta o governo da crítica. É assim que a nova política deve ser. Ainda estamos num sistema velho, onde os minutos de TV do meu partido foram utilizados no rádio e na TV em prol da candidatura do atual prefeito. Como tucano, como cidadão, como crítico da velha política, espero que nosso prefeito se explique. Todos esperamos o sangue novo e sabemos que Ponta Grossa pode mais. 

 

*Bacharel em Administração, bacharelando Ciências Econômicas, Presidente da JPSDB-PG

 

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